Operações foram deflagradas pela Polícia Federal

Maju Cotrim

Um dos investigados na Operação da Polícia Federal contra supostos esquemas de desvio no governo do Tocantins e alvo de nova fase deflagrada ontem, 10, foi o jovem Bruno, Borges filho do ex-secretário Elmar Batista.

Bruno, conhecido como Cenourinha, tem 33 anos e trabalhou na Agência de Metrologia do Estado na gestão de Marcelo Miranda. Ele sempre circulou no meio político.

Ele teve todos os cartões de uso pessoal apreendidos pela PF, inclusive de vale alimentação e outros benefícios. Ele falou à Gazeta sobre o assunto.

“Eles investigam compra de silêncio. Fiz parte do governo, sempre tive com ele (com o pai), sempre tive amizade com os políticos, mas envolver a gente em corrupção não tem nada a ver ”, disse.

Câmeras de segurança teriam mostrado Bruno sempre juntos aos núcleos de poder.

Ele conta que foi levado às 5 da manhã para a PF e foi liberado as 20 horas, 15 horas de depoimento.

“Estou tranquilo, os cartões são de uso de dia a dia, quero que isso tudo acabe logo”, disse.

Cenourão também foi ouvido em Uberlândia e a esposa dele em Natividade, ambos negam envolvimento com supostos atos de corrupção.

Conforme a Gazeta apurou os demais nomes dos alvos ontem foram: Rosana Ribeiro Lopes, Larissa de Souza Ayres Bucar, Carlos Gomes Cavalcante Mundim Araújo, Islaine Cordeiro de Freitas Parrião, Bruno Rodrigues Farias Borges, Evani Alves Silva Farinha.

A Operação

A Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão na manhã desta terça-feira (10) em Palmas e Natividade para desarticular uma organização criminosa especializada em corrupção e lavagem de dinheiro. Segundo a PF, os suspeitos movimentavam um sofisticado esquema para acumular riquezas.


As operações Brutus e Hastati contam com 30 policiais e buscam cumprir seis mandados de busca e apreensão.

Vários cartões de crédito, de convênios e de vale alimentação foram apreendidos com os alvos.

A PF informou que após várias operações os agentes descobriram a existênciade de esquemas criminosos ligados a pessoas influentes no meio político do estado.

Segundo a polícia, os envolvidos têm poderes para “desviar recursos públicos e agir nas mais diversas frentes para garantir que as ações ilícitas se mantivessem encobertas”.

As investigações apontam que a organização possui um esquema para praticar vários atos de corrupção, fraudes em licitações, desvio de recursos públicos, lavagem de dinheiro e atos de embaraço às investigações. O objetivo do grupo é a acumulação de riquezas e manutenção dos esquemas ilícitos.

Segundo a PF, as organizações criminosas movimentaram milhões através de um grupo de empresas do ramo gráfico. Os prejuízos podem ultrapassar R$10 milhões.

Se condenados, os investigados poderão responder pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, desvio de recursos públicos, fraudes em licitações e embaraço às investigações. Somadas as penas ultrapassam 40 anos de prisão.