Por Gazeta do Cerrado
Quando a desumanidade fala por meio do preconceito, a gente repudia!
“Penteia-a te mulher. Que horror de cabelo”, o comentário preconceituoso apareceu em nossa rede social, justamente quando falávamos sobre o impacto do coronavírus na vida do tocantinense. Estávamos cumprindo o nosso dever: informar a sociedade com a verdade e ao vivo, nossa editora-chefe, Maju Cotrim, foi vítima de racismo, preconceito, desumanidade. Nós repudiamos o fato, mas também paramos para pensar: que tempos são esses?
As atitudes individuais impactam diretamente na saúde coletiva. Maju Cotrim é mãe, mulher, negra, ativista de várias causas sociais e deixou o ambiente seguro do seu lar para ir a uma coletiva, com muitas pessoas, que poderia ter ali a transmissão do vírus, simplesmente para nos informar e orientar como agir neste momento. Ela se colocou em risco? Sim! Igual a todos os profissionais que saem de suas casas para manter o país funcionando, a exemplo do motorista de ônibus, do operador de um centro de operação, do farmacêutico, do medico, e todas as áreas que não podem desligar a luz e ir para casa, fazer home office. E como retribuímos?
Em pleno século XXI, o racismo ainda existe! Mas vamos deixar bem claro: profissionalismo é definido por postura. O cabelo, jamais dirá quem você ou o que faz. Assim como cor, gênero ou classe social.
Se a pandemia do coronavírus chama menos atenção do que o cabelo da nossa editora-chefe, o que podemos esperar nos próximos dias? Ainda bem que muitos internautas demonstraram que o ato desumano, racista e criminoso foi isolado e quem bem nos conta, é Maju Cotrim. “Recebi prints de vários leitores indignados com o comentário. Eu estava tão concentrada nas informações que nem percebi. É lamentável”.
Ela falou ainda comentou que “essa postura racista infelizmente demonstra que o caminho da igualdade racial ainda é longo no Brasil”.
Jurídico
Por se tratar de um ato criminoso, Marco Aurélio Jacob, diretor-geral da Gazeta do Cerrado, já tomou todas as medidas jurídicas necessárias. “O silêncio em casos de racismo é um crime. Aqui, nosso posicionamento é claro: somos contra qualquer ato de discriminação e preconceito. Já tomamos as medidas para que essa geração seja alertada e assim a próxima não escute. Somos um veículo de comunicação que luta por uma sociedade definitivamente livre do racismo. Queremos contribuir para a construção de uma sociedade de todos e para todos”, revelou.