Mudo e vagando pelo bairro Lago Azul 4 em Araguaína, Fábio Ferreira, de 32 anos, é autista e foi observado e acolhido por uma senhora e moradora do bairro que procurou a Secretaria Municipal da Assistência Social.  O rapaz carregava um crachá pendurado no pescoço com alguns dados pessoais, o que facilitou a investigação feita na secretaria. Ele era semelhante a um rapaz desaparecido, divulgado por quase 300 mil pessoas, em grupos de WhatsApp e Facebook.

O rapaz foi encaminhado para a ONG Bom Samaritano, após a assistente social que acompanhava o caso, Cida Santos, perceber que ele não fazia parte dos casos corriqueiros que a ação social lida no dia a dia, como dependentes químicos ou pessoas com problemas familiares sérios.

“Vi que ele não era uma pessoa com esse perfil e que tinha outros tipos de deficiências também. Então encaminhei para a Casa Bom Samaritano, ali no Céu Azul, enquanto investigávamos mais e acionávamos a família. Agora, como ele chegou no Lago Azul 4, sendo lá de Brasília, é um grande mistério, ninguém vai saber dizer”, disse curiosa.

Reecontro

O reencontro de Fábio com a família aconteceu no último dia 25, pela manhã, na casa de apoio. A mãe, Sebastiana Ferreira, ao encontrar o filho, desabafou: “Todo aniversário de Brasília meu filho costuma sair de casa e ir comemorar na rua, as festanças que tem. Mas ele sempre volta. Nunca havia desaparecido antes. Fiz uma campanha gigante nas redes sociais, estamos surpresos e muito felizes, encontramos ele!”, contou emocionada.

A família de Fábio não conhecia Araguaína. Surpresos, eles agradeceram por reencontrá-lo bem. “Nunca imaginei que encontraria ele bem, já estava totalmente desnorteada, sou muito grata pela assistência, eu nem sabia que Araguaína existia e era assim, tão hospitaleira”, destacou a mãe.

O padastro Sirley Cardoso falou que Fábio costuma sair pela cidade. “Ele pega ônibus direto em Brasília, da igreja para a escola, de casa para o parque, faz tudo direitinho, não erra, tem uma rotina”, explicou. Já o irmão Fernando Santana se impressionou: “Eu realmente não sei como ele veio parar aqui, com esse crachá ele seria impedido de viajar, mas… que bom que o encontramos!”

Enquanto eles falavam, Fábio ficou sentado observando a todos, comendo um pacote de salgadinhos tranquilamente.

Ação Social

Em média, cerca de quinze a vinte pessoas são atendidas por mês pelas assistentes sociais da Prefeitura que acolhem pessoas desaparecidas ou em situação de rua, por causa de problemas com a família, vícios ou financeiros.

A Casa Bom Samaritano dar abrigo para pessoas com apoio da Prefeitura, com doações de cestas básicas, além da comunicação e atenção das assistentes sociais do Município.