Moradores de rua estão há anos em situação de vulnerabilidade
A manhã deste sábado, 04, começou com um ar de esperança e com a possibilidade de uma vida melhor para 15 homens que vivem em situação de rua na Capital e sofrem com a dependência química.
Uma equipe composta por servidores do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e do programa Consultório da Rua da Secretaria Municipal de Saúde (Semus) iniciou logo cedo o acolhimento das pessoas em vários pontos da cidade, que em seguida foram conduzidas até a Fazenda da Esperança, no município de Lajeado (a 60 km de Palmas).
A internação foi possível graças à atuação conjunta das Secretarias Municipais da Saúde (Semus) e do Desenvolvimento Social (Sedes), em parceria com a instituição católica que atua no processo de recuperação de pessoas que buscam se livrar do vício em álcool e em outras drogas.
O coordenador da Fazenda, Roberto Coutinho do Amaral, esclarece que a instituição está engajada na campanha pelo isolamento social e reforçando a ideia de que todos devem ficar em casa por causa do coronavírus (Covid-19).
“E os que vivem nas ruas, o que fazer com esses que não têm casa? Foi a partir dessa questão que a entidade resolveu acolher e também oferecer o tratamento para esse público”, explica.
A assistente social Rosimeire Alves de Souza conta que os acolhidos são velhos conhecidos da equipe multidisciplinar do Consultório da Rua, que atua diariamente no atendimento dessa população.
“Nós já temos um vínculo de dois a quatro anos com essas pessoas e resolvemos diversas demandas, como consultas médicas e psicológicas, distribuição de medicamentos e tratamentos odontológicos”, explica.
A profissional acrescenta ainda que o trabalho com a população de rua é realizado em rede, uma vez que as necessidades vão além da saúde, passando também pela assistência social, que é realizado continuamente pela equipe do Creas.
Em Palmas
Renato dos Reis Souza, 36 anos, mora nas ruas há cerca de oito anos, já passou por várias cidades do Tocantins e ultimamente faz das calçadas e praças de Palmas a sua moradia.
Ele conta que passou a dormir nas ruas porque não conseguiu superar o trauma de uma separação conjugal, o que agravou o seu problema com a dependência química.
“Eu fui criado sem pai e sem mãe e, por tudo isso, a minha vida é muito complicada desde criança. Essa internação é uma chance que estou dando para mudar a minha história”, afirmou.
A Coordenadora do Creas, Núbia Cristiane Zago Garcia, relata que a Fazenda da Esperança disponibilizou 36 vagas para a população em situação de rua de Palmas.
“Por enquanto conseguimos encaminhar 15 pessoas, mas a ideia é continuar o trabalho de acolhimento e convencimento para tirar mais gente das ruas, levá-las a um local seguro e oferecer a oportunidade de se libertarem dos vícios”, finalizou.
Fonte: Secom Palmas