Por Prof. Dr. Adão Francisco- Especial para a Gazeta do Cerrado
Tocantins é o 13º Estado brasileiro no ranking da desigualdade socioeducacional, é o que aponta a pesquisa Mapa da Desigualdade Socioeducacional no Brasil, com base em informações do Prova Brasil, do Censo Escolar e do Cadastro de Escolas de 2017.
Esta pesquisa é desenvolvida na Universidade Federal do Tocantins pelo OPTE – Observatório de Políticas Territoriais e Educacionais, sob coordenação do professor Doutor Adão Francisco de Oliveira.
Pesquisa
A pesquisa conta ainda com a participação do pesquisador Rogério Castro Ferreira, que realizou a sua pesquisa de mestrado sobre o tema no Programa de Pós-Graduação em Geografia da UFT de Porto Nacional.Por desigualdade socioeducacional se entende o conjunto de fatores de desigualdade que interfere no desempenho escolar dos estudantes brasileiros.
Nesta pesquisa foram consideradas quatro dimensões de desigualdade: a socioeconômica, com peso 4 de explicação, que envolve variáveis como a renda familiar; a sociocultural, com peso 3, com informações, por exemplo, sobre oportunidades de leitura, como o acesso a livros ou à internet; a de infraestrutura e recursos escolares, com peso 2, que informa sobre as condições da escola; e a de escolarização, com peso 1, tratando sobre índices de reprovação e distorção idade-série, por exemplo.
Para sintetizar o resultado do cruzamento das informações contidas nessas dimensões, a pesquisa desenvolveu um indicador chamado Índice de Desigualdade Socioeducacional, o IDSED. Os resultados em que o IDSED é maior que 0,800 têm um nível de desigualdade socioeducacional considerado baixo. Naqueles em que o IDSED está entre 0,500 e 0,799 são consideradas de média desigualdade socioeducacional.
Para os resultados com até 0,499 o nível de desigualdade socioeducacional é considerada alto. Das 27 unidades da Federação Brasileira, nenhum tem o nível de desigualdade socioeducacional baixo, 7 têm nível médio e os 20 demais possuem alta desigualdade socioeducacional.
Na décima terceira posição do ranking nacional, o Tocantins figura nesse último conjunto. Porém, os 16 Estados que compõem as regiões Norte e Nordeste estão todos nas últimas posições do ranking, que se inicia com a décima segunda posição, ocupada por Rondônia.
Assim, para as regiões Norte e Nordeste o Tocantins possui a segunda melhor posição, como se pode ver no gráfico a seguir.
A pesquisa indica que a unidade federativa menos desigual é o Distrito Federal, na Região Centro-Oeste, seguido pelos 3 Estados do Sul: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, na ordem. Depois os Estados do Centro-Oeste e do Sudeste se mesclam nas posições subsequentes, até chegar na décima segunda posição.
No comparativo das regiões brasileiras, a região Sul fica com os melhores resultados, seguida pelo Centro- Oeste, depois Sudeste e, por fim, Nordeste e Norte, esta em último lugar.
Segundo o professor Adão Francisco, “a pesquisa cobre os resultados dos últimos 10 anos, trabalhando o Prova Brasil, o Censo Escolar e o Cadastro de Escolas dos anos de 2011, 2013, 2015 e 2017. Agora, esperamos os resultados de 2019 para fechar a década e poder apresentar a evolução da desigualdade socioeducacional no Brasil estado por estado, região por região”, esclarece. Ao final, será produzido um livro eletrônico para ampla difusão dos resultados.
“A intenção, com isso, é contribuir para que gestores, educadores e sociedade pensem nas melhores políticas públicas que contribuam com o aprendizado de crianças e jovens no Brasil, a partir do entendimento de que as desigualdades influenciam negativamente nos resultados escolares”, reitera Adão Francisco.
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