Ana Negreiros – Especial Gazeta do Cerrado

Com uma população de 1.169.213 na área urbana, o Tocantins ainda tem cerca de 55% da população a espera do serviço de esgoto adequado. Já 54% ainda estão sem coleta e sem tratamento, sendo neste caso, o esgoto a céu aberto basicamente.

E ainda há 1% com coleta sem tratamento. Há ainda 16% com fosse séptica e apenas 29% possui coleta e tratamento. Os dados chamam atenção e fazem parte do Atlas Esgotos: Despoluição de Bacias Hidrográficas que foi disponibilizado pela ANA – Agência Nacional de Águas.

Os dados do atlas foram coletados entre 2013 e 2019. Nele constam 3.668 empreendimentos para o tratamento de esgoto em 2007 municípios. Antes, até 2013, haviam apenas 2.768.

Saúde pública

Segundo Rodrigo Henriques, especialista em Sustentabilidade na Saúde, o saneamento básico possui impacto direto com a saúde das pessoas. “Muitas doenças, a exemplo da diarréia, leishmaniose e dengue, estão relacionadas de forma direta com o saneamento e água. Tanto que a Organização Mundial de Saúde diz que a cada 1 dólar investido no saneamento há uma economia de cerca 4 dólares na saúde”, revelou Henriques.

O especialista explica ainda que a maior dificuldade de investir em saneamento é o fato de que são projetos de médio e longo prazo. “Além de serem projetos que demandam alto investimento, saneamento é a típica obra oculta, que por ficar debaixo da terra, não gera visibilidade e por isso fica em segundo plano”, comenta.

Rodrigo Henriques lembra ainda que a falta de saneamento e da qualidade da água está ligada diretamente a países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento.

“É preciso mudar a cultura governamental dos municípios e assim, realmente, investir no saneamento e na qualidade da água para o cuidado com a saúde. De nada adianta construir hospitais e redes de saúde sem o saneamento. Ao fazer isso estão enxugando gelo e apenas prolongando o problema. É necessário evoluir na prevenção”, reforçou Rodrigo Henriques.

Confira dados

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