O período de pandemia tem provocado várias mudanças sociais e na Delegacia também há reflexos. Segundo a Delegada-Chefe da 1ª Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Palmas, Lorena Josephine, apesar de a DEAM ser uma das unidades da Polícia Civil com maior volume de atendimento da capital, o número de Boletins de Ocorrência reduziu, e uma das razões é justamente o isolamento.

“Percebemos que houve uma diminuição no número de registro de Boletins de Ocorrência e acreditamos que isso deve-se ao isolamento social, eis que vítima e agressor estão passando muito mais tempo juntos e, em razão disso, surge uma maior dificuldade em sair de casa e fazer a denúncia”, justifica ao Sindepol/TO.

A Delegada reforça que mesmo durante esse período, mulheres que estejam sendo vítimas de violência doméstica, bem como qualquer pessoa que conheça uma mulher que está sendo vítima, devem saber que as delegacias de todo o estado estão aptas a receber quaisquer denúncias e, em Palmas, além das DEAM’s, a Central de Atendimento à Mulher funciona 24h por dia e em casos de emergência a Polícia Militar pode ser acionada pelo número 190. Denúncias anônimas podem ser feitas pelo número 180.

Desafios

A Delegada-Chefe elenca dois principais desafios durante o período de isolamento. Primeiro, o de “gerenciar os poucos recursos materiais, como equipamentos de proteção individual e produtos de limpeza adequados para continuar o atendimento ao público, expondo o mínimo possível os servidores e a população atendida. E a outra dificuldade, compartilhada com os demais órgãos de proteção à mulher, é informar e conscientizar as vítimas e a população em geral de que, mesmo durante o período de isolamento social, a Polícia Civil e os demais serviços de proteção às mulheres estão sendo realizados e que as vítimas não só podem, como devem, denunciar quaisquer práticas delitivas”.

O que fazem os Delegados?

“O papel do Delegado de Polícia, como prestador de um serviço essencial, durante uma pandemia é o de exercer não apenas as funções previstas no art. 144 da Constituição Federal, mas também orientar e esclarecer a sociedade sobre a necessidade de respeitar as determinações dos órgãos públicos para garantir a saúde e a segurança de todos”, explica.

Lorena Josephine P. L. P. de Cerqueira Oyama

Delegada de Polícia Civil do Estado do Tocantins há 12 anos, Lorena é graduada em Direito pela UFG e possui pós-graduação em Ciências Criminais. Foi assessora no Ministério Público de Goiás entre 2007 e 2008 e Delegada desde então, passando pelos municípios de Araguaçu e Paraíso do Tocantins antes de ser transferida para a capital, Palmas.]

Fonte: Assessoria Sindepol – TO

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