Estudantes de todo o Brasil estão se mobilizando em apoio a apresentação da emenda número 15 à MP 934/2020, por parte da deputada professora Dorinha (DEM-TO). A MP foi editada pelo governo federal, criando novas normas para o ano letivo, em vista da situação atípica que decorre do novo coronavírus no país. Umas das mudanças mais aguardas pelos estudantes é a abreviação da conclusão dos cursos da área da saúde para reforço do combate ao COVID-19, contemplando os estudantes de Medicina, Farmácia, Enfermagem e Fisioterapia, exigindo, para isso, o cumprimento de 75% do estágio curricular obrigatório. Mas a medida deixou de fora o curso de Odontologia, agora representado por Dorinha através da apresentação da emenda em questão.
Uma petição pública organizada pelos estudantes já tem 2.699 assinaturas. Thaís Munik, que está concluindo o curso de Odontologia na cidade de Porto Nacional, destaca a importância do profissional da área no atendimento multidisciplinar e na adoção de procedimentos relativos a Atenção Primária. “Na minha cidade, Marianópolis, não tem cirurgião-dentista no período noturno. Durante o combate ao coronavírus, é essencial que esse profissional esteja presente nas Unidades de Saúde, em todo o tempo, disponível a população, já que existem manifestação bucais que são características do COVID-19”.
Para ela, outra situação pontual que justifica a inclusão dos estudantes de Odontologia na MP é a aptidão para a substituição de profissionais da área, que hoje atuam, e podem ser acometidos por comorbidade.
“Os cirurgiões-dentistas, são, junto aos médicos, os únicos profissionais que podem emitir diagnóstico nosológico, solicitar internação de pacientes, solicitar exames complementares, prescrever medicamentos, entre outros procedimentos. E para que possamos atuar junto a esses médicos e demais profissionais, precisamos estar formados”, pondera Rebeca Coêlho, moradora de Novo Acordo e estudante de Odontologia em Porto Nacional.
“Os profissionais de saúde bucal darão sua essencial contribuição para a superação desse quadro emergencial. Somos fundamentais no controle de infecções primárias de prevenção e controle de infecções secundárias, principalmente no ambiente de UTI e CTI”, enfatiza a estudante.
Ela acrescenta que “cirurgiões-dentistas têm uma atuação que vai muito além da dentição, pois são responsáveis por todo o sistema estomatognático, que é essencial para a vida e tem ligação direta com as doenças pulmonares”.
Carolina Vasconcelos, uma das idealizadoras do movimento, a nível nacional, e estudante de Odontologia no estado da Bahia, ressalta o reconhecimento do Ministério da Saúde a respeito dos profissionais da área. “É estranho que a Odontologia não esteja na MP. A presença do cirurgião-dentista diminui complicações respiratórias e o tempo de internação. Existem leis municipais que exigem a presença dos cirurgiões-dentistas nas UTI´s”, analisa.
Uma série de reuniões a respeito da MP estão ocorrendo com os deputados da Frente Parlamentar da Educação e outros envolvidos. A MP deve ser apreciada no plenário da Câmara dos Deputados nos próximos dias.
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