Ana Negreiros-Especial Gazeta do Cerrado

Máquinas paradas e portas fechadas. No estoque, mais de 20 mil peças prontas para comercialização. Mas falta o comprador. “Uma tristeza. Até cadastramos na Agrotins, na feira on-line, mas não vendemos nada não. A gente não teve resultado”, lamenta a artesã, Marivalda Martins Borges. Ela é uma das 16 mulheres que fazem da Cooperativa dos Artesãos de Biojoias de Xambioá, no norte do Tocantins.

As biojóias produzidas pelas artesãs já ganharam o mundo e foram destaque nacional. Até apareceram na novela da Globo. Hoje, elas apenas esperam que a pandemia passe e possam voltar a comercializar e produzir. “Nosso sentimento é de impotência. Temos matéria-prima, sabemos produzir, porém não há comercialização. a gente entende que tudo parou e com o artesanato não seria diferente”, comenta Marivalda.

Com 100% da renda impactada e a cooperativa fechada, a rotina de Marivalda mudou. “O grupo está sentindo muita falta do calor da equipe, da rotina de ir para a cooperativa. Mas agora é só esperar e pedir a Deus que tudo possa ser normalizado e assim possamos voltar ainda mais motivados”, fala.

Parcerias

Segundo Marivalda, antes da pandemia, a cooperativa estava vivendo um momento de grandes avanços. Elas estavam formalizando algumas parcerias para comercialização nacional do produto. “Acreditávamos que tudo ira progredir. Mas os eventos, as parcerias, a comercializou, tudo parou”. Ela lembra que na época a artesãs continuaram com a produção e só decidiram parar quando “não tinha mais nenhuma possibilidade de venda”, explica.

Mesmo com as incertezas, Marivalda dá um exemplo de esperança. Ela conta que acredita em uma razão para o momento atual e que para isso todos devem “comparar este período com o a fase em que a águia precisa para se renovar e assim voltar mais forte”.

A Xambiart

Criada em 2013, a Xambiart já foi premiada nacionalmente por boas práticas em economia solidária. Na época, os 20 mil reais do prêmio foram usados para adquirir o lote da sede. “Começamos do zero. Não entendíamos nada da semente. Nos capacitamos. Aprendemos a produção, coleta e beneficiamento da semente. Fomos premiados e conseguimos, sem contratar assessoria, fazer o projeto para um edital social. Conseguimos o apoio e construímos a sede. Hoje, temos veículo, maquinário e sede”, detalhou.

As biojoias da Xambiart são divulgadas e comercializadas em eventos como feiras. Hoje, a cooperativa vende o produto pelas redes sociais, como o Instagram, Facebook e WhatsApp. Para comprar um dos produtos basta entrar em contato pelo telefone (63) 99248 0077/ (63) 63 992994169 ou pelo e-mail [email protected]. Nas redes sociais o perfil é @xambiart.

Produzidas com sementes da Amazônia e do cerrado, as biojoias usam desde o babaçu, buruti, açaí, entre outros e podem ser utilizadas como brindes.

Conheça algumas peças feitas pelas artesãs

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