O ex-ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta participou de uma reunião com parlamentares da bancada federal do Tocantins. A comissão tem representantes de órgãos e municípios além dos bancos.

Veja como foi a reunião e os principais pontos:

Segundo a senadora Kátia Abreu já foram mais de R$ 732 milhões em dinheiro para o Tocantins combater a covid chegando a R$ 850 milhões. Para a prefeitura foi mais de R$ 500 milhões, segundo a senadora.

O Conselho Regional de Enfermagem, o Sindicato dos Médicos e outras entidades participaram.

A representante do Coren, Enfermeira Emília disse que o desafio tem sido a testagem no Tocantins. “Precisa ter uma política de testagem não só para o paciente mas para os profissionais”, disse ao citar ainda dificuldade para capacitação das equipes.Ela acusou ainda falta de EPIs para os profissionais.

A presidente do Sindicato dos Médicos do Tocantins, Janice Painkow disse que a situação no Tocantins é cada dia crescente. “A Secretaria não nos deu ouvidos”, disse. Segundo ela, o TO tem um dos índices mais altos de profissionais infectados.Ela criticou a falta de isolamento da área de atendimento  do covid em alguns hospitais e demonstrou preocupação com a quantidade de leitos de UTI. ” Os decretos estão liberando os locais públicos, temos certeza que vão aumentar e vai precisar de mais leitos de UTI”, disse.

O promotor da Saúde, Tiago falou dos dados de casos confirmados e óbitos e perguntou a Mandetta qual seria o número de leitos que o Estado deveria ter.

Análise de Mandetta

O ex-ministro fez um histórico da covid em outros países. Mandetta lembrou o início da pandemia e a dificuldade para adquirir materiais. Ele falou ainda sobre os testes e disse que os rápidos são emimnentemente para os servidores da saúde. “Começou virar anticorpos o profissional tem que ser afastado imediamente”, disse.

Sobre o alto índice de contaminação nos hospitais do país ele disse que é preciso mais atenção e uma gestão qualificada de RH.  Ele criticou as universidades “fábricas de diploma” e comentou ainda o “apagão dos medicamentos” que são necessários para uso nas UTIs.

Mandetta criticou ainda: “A união saiu da parte de gerenciamento técnico deste programa da covid, ninguém assume nada e isso vai cair no colo dos estados e prefeituras”, disse sobre a situação atual da covid e ao criticar a atual ação do ministério da saúde.

Ele reconheceu o envio de recursos mas disse que sem orientação as ações ficam por conta dos municípios.

O ex-ministro disse que o Tocantins tem poucas aglomerações, a faixa etária é jovem e tem uma boa relação CTI por habitante. “Se tiver gestão dos leitos atuais, se for feita com inteligência vocês conseguem controlar”, disse.

Ele descartou a necessidade de hospitais de campanha no Estado. “Os recursos que voces receberam foi muito bom”, avaliou ainda. “A doença pode fazer colapso mesmo com dinheiro na conta”, disse.

Mandetta defendeu o remanejamento de equipamentos de estados que não estejam usando. Ele sugeriu ainda reforço de efetivo médico.

“Não acredite em duendes, fadas e bruxarias, vai ter que ter paciência, garra e foco. Essa doença veio para trazer crise para todos”, aconselhou.

‘O mistério dessa doença é saber o percentual que você vai usar e a velocidade com a qual você está transmitindo”, disse.

Pelas contas de Mandetta, no Tocantins , tirando os assintomáticos e sintomas leves, 37,5 mil tocantinenses podem precisar de algum procredimento hospitalar. “Araguaína pode ter pagado um preço por ser rota de passagem e Palmas ainda pode não ter chegado ao pico”, analisou.

“O Estado não pode é não dar a chance do indivíduo lutar pela vida. O colapso ocorre quando voce tem dinheiro, ordem judicial e carteirinha do plano mas não tem onde entrar”, pontuou.

Mandetta aconselhou que o Estado se previna ainda mais tomando como base os estados vizinhos e orientou a descentralização de pontos de apoio. O ex-ministro disse que é preciso monitorar a velocidade da transmissão.

Sobre o retorno as aulas no Tocantins, ele disse ser necessário um transporte exclusivo para os estudantes e alertou que as crianças, por exemplo, tem alto risco de transmissão. Ele sugeriu ainda que cada escola tenha um protocolo de biosegurança.

“É incompreensível um homem com essa eficiência não estar á frente desta pandemia”, criticou Kátia em seguida.

Kátia declara voto

“Se for candidato á presidência eu voto no senhor”, já declarou Kátia no final da reunião.

Ausência do Conselho de Medicina

Mandetta criticou ainda a ausência do Conselho de Medicina que foi convidado mas não participou da reunião. “O Conselho não vem por covardia, deveria ele dar uma nota técnica e não deixar as pessoas á mercê da politicagem com a vida das pessoas”, disse.