A Corregedoria-Geral do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) afirmou na terça-feira (1º) que vai avaliar o caso de um promotor de Justiça que riu ao dizer “a mulherada está apanhando pra c*” em um vídeo filmado durante o intervalo de uma aula online. O promotor em questão, Jonnathan Kuhnen, que atua em São José, na Grande Florianópolis, confirmou o vídeo e disse que é aluno de doutorado em Direito e estava em um “momento informal”. Ele também afirmou que quem fez a filmagem “se aproveitou para tentar denegrir a imagem daqueles que estavam ali”.
O vídeo mostrou um celular, que transmitia o intervalo da aula, no sábado (29). Na transmissão, o promotor afirmou “a mulherada está apanhando pra c*” e riu. Outros colegas também riram. Em seguida, o promotor disse “o que é ruim, eu fico triste, né, porque… Não dá, é porque é uma situação também sui generis, né, amigos? O cara tá em casa direto. Aí qualquer coisinha é um motivo para… né?”.
Outro colega intercedeu: “não justifica, né, mas enfim”. O promotor continuou “não justifica, mas assim, ó, até o cara bota um negócio aqui, a mulher diz ‘não, bota a almofada ali’. Só ali já é um motivo”. A fala gerou mais risadas dos colegas.
O vídeo foi obtido com um dos estudantes, que pediu para não ser identificado.
O promotor confirma o vídeo
Em entrevista, o Kuhnen afirmou que “era um ambiente acadêmico informal, onde no período de intervalo não estava ocorrendo aula e nós estamos conversando acerca de vários fatos”.
“Todos nós que estávamos ali conversando era no sentido de que estávamos preocupados, inclusive eu digo que ‘isso me deixa triste'”, continuou. “Havia uma preocupação. Efetivamente estamos em uma situação especial, em que as pessoas ficam em casa. Qualquer motivo pode ser um motivo para uma discussão. Era esse o contexto da conversa”, disse o promotor.
“Foi um contexto isolado, num momento informal, fora do horário de aula, é intervalo, ficamos na sala conversando. A pessoa que fez isso se aproveitou desse momento, acabou filmando somente o que interessava. Essa pessoa se aproveitou para tentar denegrir a imagem daqueles que estavam ali”, afirmou. “Eu lamento porque não foi essa a conotação, foi totalmente divorciada e distorcida do contexto. Não representa a minha opinião”, disse.
“Já estou com minha advogada, vamos tomas as medidas jurídicas, identificar a pessoa ou as pessoas”, disse o promotor. No MPSC, ele atua na área criminal.
O Centro Universitário Facvest (Unifacvest) confirmou que Kuhnen não é professor da instituição, mas não comentou o vídeo.