A Justiça do Tocantins condenou em primeira instância seis pessoas acusadas de fazer parte de uma quadrilha que furtava equipamentos de clínicas oftalmológicas em pelo menos seis estados. O grupo teria efetuado 19 crimes do tipo entre 2015 e 2016 em cidades do Tocantins, Maranhão, Pará, Piauí, Bahia e Goiás.

Todos os condenados podem recorrer em liberdade. O homem apontado como chefe da quadrilha é Samir David Abdalla Júnior, que tem uma clínica do mesmo ramo em São Paulo. Ele teria montado a base de operações no Tocantins com a ajuda de profissionais que moram no estado.

Marcus Vinicius Fonseca Tavares, então proprietário de uma ótica em Cristalândia, também foi condenado. Os outros supostos membros do grupo são Bruno Milhomens Rocha, Lucas da Conceição Ferreira Lima, Maxsuell Menezes Silva e Rafael Moreno do Vale. Segundo o Ministério Público, os quatro se revezavam na formação de equipes para praticar os furtos.

Samir Abdalla foi condenado a 12 anos e seis meses de prisão em regime inicial fechado. Marcus Tavares a oito anos de reclusão também em regime inicial fechado.

Bruno Milhomens Rocha foi condenado a oito anos de reclusão em regime inicial semiaberto; Lucas da Conceição, a cinco anos e oito meses, em regime inicial semiaberto; Maxsuell Menezes a três anos, em regime inicial aberto; e Rafael Moreno do Vale a dois anos e oito meses, também em regime inicial aberto.

A investigação aponta que os equipamentos eram revendidos a outras clínicas do ramo. A decisão da condenação é do juiz Rafael Gonçalves de Paula e a investigação foi compartilhada entre o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e a Polícia Civil. A decisão é da última sexta-feira, 04, mas o conteúdo só foi divulgado nesta quarta-feira (9).

O que dizem os citados

 

 Para a Justiça, Samir Abdalla confirmou que realizou transações com alguns dos outros envolvidos, mas alegou não saber a procedência dos equipamentos. Ele negou envolvimento com qualquer organização criminosa.

Marcus Vinicius Fonseca Tavares e Lucas da Conceição permaneceram em silêncio durante os interrogatórios.

Bruno Milhomens Rocha disse ao Poder Judiciário que não participa da suposta organização criminosa, mas confessou participação em um dos furtos, realizado em Palmas em 2016.

Maxsuell Menezes Silva não comparece ao interrogatório e Rafael Moreno do Vale disse nunca ter participado de nenhum furto a clínicas e que apenas trabalhou em um dos estabelecimentos.