Gilma Ferreira – Foto – Arquivo Pessoal
Texto: Estágiaria Jessica Albuquerque
Supervisão: Maju Cotrim
Lutando contra o racismo desde criança, Gilma Ferreira candidata a vereadora pelo Partido dos Trabalhadores (PT) em Porto Nacional, é mais uma mulher que busca pela igualdade de direitos e de gênero dentro do cenário político:
“Como mulher negra, desde a infância foi preciso resistir ao preconceito e ao racismo, onde na escola percebi que era esnobada e não participava das apresentações que era o meu sonho. Mas como forma de resistência, me calei. Na adolescência também sempre fui preterida pelos meninos”.
Professora e Defensora Popular, sempre estudou em escolas públicas e contou incansavelmente com o apoio da família na busca por seus ideais.
“ Minha família sempre me incentivou a estudar, pois para eles, o estudo seria a conquista do meu espaço. Me dediquei bastante aos meus estudos e desde 1991 ingressei na educação pública estadual sempre estudando o histórico de preconceito e racismo que existe no nosso país, o racismo estrutural. E a partir de 2011, senti que não poderia mais ficar calada e comecei a militar no movimento de Direitos Humanos, especificamente nos que defendem os direitos das mulheres e dos negros. Ao perceber a interseccionalidade de violência que sofre a mulher principalmente a negra, comecei a participar efetivamente dos coletivos defensores da causa que são: o Coletivo de Mulheres Negras e Populares, a MB, a Articulação Alagbara. Apenas entendi que precisava participar dos coletivos de defesa da mulher, como também dos conselhos, nos quais participo do Cepir e do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Porto Nacional. Acredito que também necessito participar da política partidária”.
Sua proposta é criar um fórum de debates para discutir acerca dos temas femininos, no caso emprego e renda, saúde reprodutiva, moradia, violência, masculinidade tóxica, enfim todos os problemas que violam os direitos da mulher. Utilizar os mecanismos de assistência e proteção da Lei Maria da Penha, além de buscar construir casas e abrigos para mulheres vítimas de violência, para que possam receber as assistências necessárias. Enquanto professora, Gilma reitera a importância de fortalecer as políticas públicas nos bairros:
“ Quero promover também a construção de mais creches próximas às casas das mulheres, principalmente creches noturnas pois a maioria dessas mulheres precisam muitas vezes trabalhar e estudar à noite. Fomentar as políticas públicas nos bairros como a arte por exemplo, para que no contraturno das aulas, os alunos possam ter outra atividade para fazer”,