Na última quinta-feira, 29, a atriz e diretora Leandra Leal veio a Palmas-TO para estrear e debater sobre seu primeiro longa-metragem, “Divinas Divas”, juntamente com a montadora Natara Ney. O filme foca em oito travestis que viveram alegrias e agruras para se firmarem como artistas nos anos 1960. “Divinas Divas” têm se comunicado bem com a platéia tanto que ganhou prêmios nacionais e internacionais.
Numa coletiva com a imprensa de Palmas, foram debatidos temas políticos não só voltados à sigla LGBT, como também sobre a atual conjuntura política do Brasil.
Ao falar sobre homofobia, a diretora afirma que o Brasil vive em um momento crítico e enfatiza sobre sermos o país que mais mata travestis e transexuais no mundo. “O México é o segundo país mais homofóbico e mesmo assim mata menos da metade que o Brasil”.
A diretora ainda comentou que a expectativa de vida de um homem ou mulher transexual no Brasil é de 35 anos e frisou “matamos mais que um país em guerra, falo isso em todo lugar” e completou: “nos ostentamos esse título vergonhoso”.
O filme dá luz a vida de oito mulheres que foram pioneiras na causa LGBT do país. Ao explanar que o público das Divinas Divas é LBGT, a diretora Leandra Leal acha transformador quando o longa-metragem sai desse nicho.
Natara Ney comentou que no passado as travestis tinham mais espaço em casas de show não LGBT, e destaca que hoje em dia apenas casas LGBT convidam a classe para shows.
Interrogada pela Gazeta do Cerrado sobre políticas sociais, a diretora destacou que o Partido dos Trabalhadores (PT) jamais colocou na agenda pautas LGBTs e afirmou que o documentário sofreu preconceito de alguns patrocinadores.
No fim da entrevista, Leandra Leal comentou à Gazeta que as celebridades estão se posicionando politicamente tanto bem como mal. “É uma das coisas boas que estão acontecendo no meio desse lodo político, as pessoas estão se posicionando mesmo com tanto extremismo”.
Texto: Colaborou Hellen Maciel