Deputada federal Dorinha Seabra em entrevista à Gazeta do Cerrado – Foto: Marco Jacob/GZT

Maju Cotrim

A decisão do governador Mauro Carlesse (DEM) em autorizar a retomada de forma gradativa às aulas presenciais no Tocantins ainda gera repercussão. O Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado do Tocantins (Sintet), já explanou seu apoio contrário a decisão do gestor. A deputada federal Professora Dorinha (DEM) comentou em entrevista à Gazeta do Cerrado sobre o decreto.

A parlamentar afirma que esse tipo de decisão deve ser conversada entre Estado e Municípios. “Um decreto dessa natureza precisa ser construído junto, Estado e Município. Transporte escolar, como a meninada virá neste ônibus que normalmente são superlotados, que são os municípios que buscam. O Estado não pode decidir sobre a vida do município. Tem cidade que tem o índice alto de contaminação ou de exposição, e tem outro que está zerado há muito tempo”, explica Dorinha

A deputada ainda complementa dizendo que uma escola da capital não pode ser comprada com a de uma cidade do interior. São realidades diferentes que decisões como essas deve ter tomada individualmente, dependendo da escola e do município. “Uma escola de Palmas não pode ser comparada a uma escola de Pequizeiro, mas precisamos ter cuidado com a vida. Você tem níveis de exposição do ônibus para pessoa chegar na escola, de como o professor tem que passar. Uma escola de mil alunos, para uma escola de 200. Um espaço físico que você pode se organizar, todas requerem cuidado, mas modulados de acordo com a realidade. Acho que precisa ser revisto da parte de cada escola, acho que o pai precisa ser ouvido. Como eles vão construir juntos, porque o pai precisa entender que não só vai voltar tudo ao normal, mas as crianças estão indo para escola com uma realidade diferente”, diz à equipe.

Dorinha ainda questiona a situação de cada criança, se ela e família terão condições no momento. “A criança tem máscara para ir a escola todo dia? Vão distribuir máscara? O que ela deve fazer com a roupinha que ela vai para escola? Tem álcool gel suficiente? Mais pessoas na limpeza? Porque a escola terá que ser higienizada mais vezes. Alimentação, como será esse processo? Serão descartáveis? No mundo esse processo não deu certo. Houve mais contaminação e tiveram que fechar as escolas novamente” destaca a deputada federal.

A parlamentar dá sugestões que podem contribuir para a retomada das aulas presenciais. “Agora, podemos construir outro protocolo? Sim, mas não via decreto. Existe legislação que já orienta. A minha sugestão é que cada cidade construa e lógico, na minha opinião é vacinação aos profissionais da Educação, já estamos como os professores como o grupo prioritário. Já estamos eles como prioridade, mas agora é acelerar esse processo de imunização. Tem que vacinar primeiro os profissionais e adequar as escolas”, afirma.

“Queremos que as escolas voltem no Brasil inteiro, no Tocantins não é diferente. 2020 foi um ano de aumento das desigualdades, da falta de acesso para muitos de nossos alunos, porque o ensino remoto contou com esforço enorme dos professores, mas falta formação, tradição. Há necessidade de materiais, o prejuízo pedagógico de 2020 deverá ser reparado em 2021”, finaliza a deputada.

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