Com o advento do isolamento social, o uso de equipamentos eletrônicos e domésticos aumentou, e com isso também a conta de energia. De acordo com a Aneel, Agência Nacional de Energia Elétrica, desde julho de 2020 a concessionária do Tocantins passou a cobrar a 7ª maior tarifa do Brasil, e com a redução da receita das famílias brasileiras, alternativas de economia passaram a ser exploradas.

 

A alternativa mais viável economicamente nos últimos anos tem sido a geração de energia solar. Regularizada pela Aneel desde 2012, a resolução 482/2012 possibilitou ao consumidor gerar sua própria energia a partir de fontes renováveis. O consumidor pode então produzir energia e reduzir sua fatura em até 95% ou mais. No entanto, é importante atenção na aquisição de equipamentos e contratação do serviço de instalação, uma vez que a adesão exige conhecimento técnico e investimento.

 

Saulo Souza, funcionário público que está em regime de home-office desde março de 2020 junto com a filha de 4 anos, conta que optou pela energia solar quando viu a conta de energia elétrica triplicar o valor. “Em setembro de 2020 a nossa conta de energia veio muito alta e com parte da família em casa o uso do ar condicionado, e outros utensílios domésticos, passaram a ser inevitáveis”, conta o servidor que compartilha ainda sobre o processo para conseguir o financiamento. “Consegui ainda em dezembro de 2020. Fazendo a projeção do gasto atual, o sistema solar se pagará em uma média de 6 anos e o valor da parcela será praticamente o mesmo que eu já pago todo mês para a Energisa, e a taxa de juros fixa ficou em 1.46 a.m”, conclui empolgado.

 

De acordo com levantamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), o ano de 2020 bateu recordes em relação à fonte solar fotovoltaica. O setor atraiu mais de R$13 bilhões em investimentos, considerando as grandes usinas e os sistemas de geração em telhados, fachadas e pequenos terrenos, o que significou um crescimento de 52% em relação aos investimentos acumulados no país desde 2012.

 

Para um dos sócios da Hertz Energia Solar, Raphael Macedo, o setor está em ascensão no Tocantins, muitas famílias têm investido nesse modelo de geração, mas alerta para a importância de se contratar uma empresa especializada e que preze por materiais e mão de obra de qualidade. “Muito importante antes de fechar negócio conhecer de perto a empresa e os prestadores de serviço, averiguando seu histórico e entregas, pois o que era para ser uma solução pode se tornar uma dor de cabeça, a exemplo de empresas oportunistas que não tem corpo técnico especializado e acabam não conseguindo dar o suporte adequado ao cliente,” afirma o sócio.

 

Potencial brasileiro

 

O potencial energético do país também pesa quando se fala no assunto, já que o Brasil, como um país tropical, possui alto índice de raios solares durante o ano. “O estado do Tocantins tem um dos melhores índices de irradiação solar do país, o que nos favorece muito, pois conseguimos aproveitar essa irradiação para gerar mais energia que outras regiões”, explica Raphael.

 

Embora o potencial seja grande, o setor ainda tem muito o que crescer no país. Conforme dados da ABSOLAR, no ranking mundial o Brasil saiu da 26ª posição em 2017 para 16ª posição em 2019. Já no país, o Tocantins ocupa o 18º lugar no Ranking Estadual de Geração Distribuída. Ainda de acordo com a Associação, as usinas solares de grande porte são a sétima maior fonte de geração do Brasil, com empreendimentos em operação nos estados: Tocantins, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Minas Gerais e São Paulo.