Resíduo do coco babaçu ajuda a reduzir a pegada ambiental em indústria de Xambioá – Foto: Votorantim Cimentos

Fruto versátil, o coco babaçu também é fonte de energia para substituir parte do combustível fóssil na fabricação de cimento no município de Xambioá (TO). A iniciativa é da Votorantim Cimentos, pioneira no País em coprocessamento, utilizando resíduos e biomassas, como o babaçu, nos fornos de cimento. A casca do fruto é adquirida junto à Cooperativa Multifuncional de Economia Solidária do Tocantins (Coomesol). Além de reduzir as emissões de CO2, o coprocessamento evita que resíduos sejam destinados a aterros e lixões.

A parceria existe há aproximadamente um ano. Após extrair o óleo do coco para fabricar produtos de higiene pessoal, a cooperativa destina a casca do fruto para a fábrica da Votorantim Cimentos. O resíduo, antes descartado, é aproveitado como fonte de energia térmica alternativa no forno que fabrica cimento. “Nosso objetivo é estruturar a cadeia do babaçu e beneficiar famílias que se encontram em situação de vulnerabilidade social em Araguaína e Xambioá”, afirma o gerente de fábrica da Votorantim Cimentos de Xambioá, Carlos Eduardo da Silveira.

Compromissos de Sustentabilidade 2030 – Com a aquisição de coco babaçu da Coomesol, a Votorantim Cimentos de Xambioá atua em sintonia com os Compromissos de Sustentabilidade para 2030. A iniciativa, lançada em novembro deste ano pela Votorantim Cimentos, alinha todas as operações mundiais da companhia às demandas atuais e futuras da sociedade, gerando impacto positivo em toda a sua cadeia produtiva e nas comunidades em que atua.

Iniciativa gera renda para produtores locais – Foto: Votorantim Cimentos.

Os compromissos são divididos em sete pilares: ética e integridade; saúde, segurança e bem-estar; diversidade e inclusão; inovação; pegada ambiental; economia circular e valor compartilhado. Um dos principais desafios da companhia é reduzir os impactos das operações na emissão de CO2. A meta é reduzir para 520kg a emissão de CO2 por tonelada de cimento até 2030. Entre 1990 e 2019, a empresa já reduzem 23% a sua emissão de CO2 por tonelada de cimento, volume que passou de 763 kg para 591 kg. Já no longo prazo, a companhia compromete-se a desenvolver e implementar tecnologias que permitam entregar para a sociedade um concreto com emissão neutra de carbono até 2050.

Em Xambioá, cada tonelada de coco babaçu utilizada nos fornos tem capacidade para reduzir duas toneladas de emissão de CO2. Além da contribuição estratégica para atingir as metas de redução de pegada ambiental, a fábrica também promove a circulação da economia local, já que a aquisição do coco babaçu junto à uma cooperativa da região incentiva a geração de emprego e renda para os produtores.

“A parceria com a empresa incrementa a renda de pelo menos 35 cooperados, além de coletores e quebradeiras de coco. Antes, 90% do fruto iam para o lixo e hoje temos para quem entregar. Isso gerou uma demanda que possibilitou aos coletores e quebradeiras de coco da região participarem do processo e obterem mais experiência com o trabalho que realizam”, explica o presidente da Coomesol, Carleon Costa da Silva.

Desde 2013, a Votorantim Cimentos contribui para o fortalecimento da cadeia produtiva do babaçu na região Norte do Tocantins. Um dos primeiros projetos da cooperativa que a empresa apoiou foi “Inclusão Sócio Produtiva de Mulheres na Ecosol (Economia Solidária)”, desenvolvido por meio do Programa ReDes, em parceria com o Instituto Votorantim e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Ao longo dos anos, os cooperados da Coomesol, inclusive, participaram de diversos cursos de manuseio e de design em artefatos de babaçu, além de cursos de associativismo e cooperativismo. Também foi implementado um espaço físico com infraestrutura adequada para a extração de óleo de babaçu. O apoio da empresa contribuiu ainda para a Coomesol aprimorar a gestão e melhorar as condições de atuação no mercado local, fornecendo produtos oriundos do coco babaçu para empresas da região.

Em 2020, a cooperativa passou também a receber apoio da consultoria Terrapilheira para se aprimorar e comercializar óleo de babaçu pela internet. Nesse ano, no mês de novembro, os cooperados participaram de capacitação de envase e embalagem, produção de etiquetas e foram orientados sobre como realizar a entrega de produtos adquiridos no ambiente virtual em curto prazo. Em pouco mais de 20 dias de presença no Mercado Livre, a Coomesol registrou 1.400 visitas e vendeu 67 garrafas de 900 ml de óleo de babaçu para 12 consumidores de sete estados. Os produtos da cooperativa também podem ser conferidos no Instagram e no Facebook.