Neide e Rodrigo se casaram no asilo onde moram em Contagem, na Grande BH — Foto: Cristiane Leite/TV Globo

“Fundamental é mesmo o amor, é impossível ser feliz sozinho”. Esta é a frase que está nos convites de casamento de dois casais que vivem em um asilo em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A pandemia os afastou das famílias, mas os aproximou através do convívio e o afeto.

Nesta quarta-feira (24), Antônia Moura Almeida, de 81 anos, se casou com Geraldo Bercia, de 69 anos. Assim como Neide Antônia Samos, de 68 anos, se uniu a Rodrigo Antônio Bethonico, de 84 anos.

A cerimônia aconteceu no asilo. A festa teve salgadinhos, doces e até um bolo com os “noivinhos” no topo.

Noivinhos decoram o bolo de casamento — Foto: Cristiane leite/TV Globo

Noivinhos decoram o bolo de casamento — Foto: Cristiane leite/TV Globo

“Desde março do ano passado, eles não recebem visitas de familiares, da comunidade em geral, de amigos e eles tiveram mais tempo para prestar atenção uns nos outros”, disse a presidente do Lar Maria Clara, Ângela Campos.

 

No asilo vivem 60 idosos, sendo 27 mulheres e 33 homens. Todos os moradores do lar e funcionários já receberam as duas doses da vacina contra a Covid-19. Por isso, deu até para chamar os parentes para a cerimônia. Foram eles que conduziram as cadeiras de rodas dos idosos até o altar.

Dona Antônia está no lar há 26 anos. Seu marido, Geraldo, nunca havia se casado antes. Ele vive no asilo há quatro anos e recebia visitas dos irmãos e sobrinhos.

Geraldo e Antônia se casam durante a pandemia — Foto: Cristiane Leite/Divulgação

Geraldo e Antônia se casam durante a pandemia — Foto: Cristiane Leite/Divulgação

Dona Neide é divorciada, tem dois filhos e está no lar desde 2016O marido, Rodrigo, tem três filhos e mora no asilo há 15 anos.

Antes da pandemia, os idosos participavam de várias atividades e costumavam ser visitados. Desde março do ano passado, eles tiveram que reduzir as ações. Eles deixaram de sair e as visitas passaram a acontecer por videochamada ou pelo portão.

Geraldo sempre dizia que queria ter uma namorada. Quando funcionários saíam para a rua ele falava, “traz uma namorada para mim”. Cadeirante, Geraldo acabou se aproximando de Antônia. Vítima de uma isquemia, ela ficou com um lado comprometido. Convencida a passar mais tempo fora do quarto, Antônia se sentava em um banco na área externa. Foi aí que Geraldo começou a demonstrar carinho e cuidado com ela.

Já Neide e Rodrigo começaram a se aproximar mais durante a pandemia. Um dia, foram flagrados aos beijos pelos funcionários.

“Só sei que ‘nós’ beija e olha um pro outro, né, meu amor, minha vida”, disse Neide.

 

Viva os noivos!

Fonte: G1