Palmas – Foto: Divulgação/Secom Palmas

A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Tocantins (ABRASEL-TO) divulgou na manhã desta quinta-feira, 25, uma nota à imprensa sobre a prorrogação do decreto que suspende as atividades não essenciais em Palmas, incluindo bares e restaurantes.

A associação teme a falência de alguns estabelecimentos. “Prefeitura precisa dividir essa conta conosco”, afirmou a Abrasel na nota.

A entidade pede por parcelamento ou suspensão de alguns impostos e tributos. “Precisamos da extinção ou parcelamento de alguns tributos, impostos e taxas. Já que sabemos que os decretos podem continuar se estendendo e o lucro do delivery não quita, em muitos casos, nem o aluguel de muitas casas”, destaca.

Leia a nota da Abrasel na íntegra:

NOTA À IMPRENSA

Na noite desta terça-feira, 23, a Prefeitura de Palmas decidiu prorrogar o decreto que suspende as atividades não essenciais na cidade. Isso inclui o trabalho dos bares e restaurantes que ficarão, para além de todas as restrições impostas a nós durante os 365 dias de pandemia onde não pudemos exercer nossas atividades integralmente em nenhum momento, 28 dias de portas fechadas.

No contexto que vivemos de recessão econômica e dificuldade financeira, ficar 28 dias sem atendimento ao cliente, representa, para muitos, a falência definitiva de seus negócios. Negócios estes que representam o meio de vida de famílias, que por gerações e gerações, trabalham exclusivamente com gastronomia.

E mais do que um negócio, nosso setor é formado por pessoas. Se um restaurante simples, pequeno, tem seis funcionários trabalhando diretamente ali, e cada um desses profissionais tem uma família com uma média de quatro a cinco integrantes, esse negócio tem ramificações na vida de até 30 pessoas. No caso de restaurantes grandes, com até 20 colaboradores, estamos falando de 100 pessoas diretamente afetadas. Se apenas entre os nossos associados somamos 78 estabelecimentos, cada um deles com seus trabalhadores e suas famílias, a média de pessoas atingidas pode chegar a quase 2 mil pessoas. Somos muitos.

Sabemos que tem sido um ano difícil e que o cenário no momento é assustador. Por isso, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Tocantins (ABRASEL-TO) reforça que não é contrária às ações de combate ao coronavírus. Sabemos o quanto esta doença pode ser apavorante e requer cuidados redobrados.

Recebemos a notícia, como todos os palmenses, da prorrogação do lockdown parcial, pelas redes sociais, ou matérias em sites. O fato fez com que os empresários do ramo não tivessem tempo para se organizar com seus funcionários.

Enquanto vários estados oferecem ajuda especial de seus governos, com aporte de crédito, isenção e revogação do aumento dos impostos sobre produtos ou auxílio ajuda com as contas de água e gás, com suspensão de cortes e negociação para boletos em atraso, em Palmas, nada tivemos ou temos. Encaminhamos junto ao Comitê Estratégico do Estado, medidas para uma abertura respeitando os protocolos de segurança nos estabelecimentos para o atendimento consciente dos clientes e em troca o que recebemos da gestão são cobranças tributos e taxas, com valores e prazos que não levam em conta o momento em que vivemos, afinal, os boletos ainda chegarão.

Mesmo com delivery aos domingos, drive-thru, venda em balcão ou prorrogação para prazo de pagamento do IPTU, precisamos de uma solução para reabertura.

A convenção coletiva do setor da Alimentação Fora do Lar nos obriga a oferecer uma refeição ao colaborador e com o afastamento desses funcionários muito seguem passando por dificuldades financeiras, pois, apenas com o salário e sem a caixinha diária, estes colaboradores ficam à mercê da situação.

Sabemos que ninguém estava preparado para as dificuldades que estamos enfrentando desde que a pandemia da Covid-19 começou. Muitos de nós perdermos alguém. Marido, filho, esposa, avó, avô, amigo, vizinho, colega de trabalho. Tem sido um período de dor, luta e luto para todos. Sabemos que precisamos tomar cuidado, manter o distanciamento, usar máscaras e álcool em gel. Sabemos que precisamos resguardar e cuidar as pessoas que amamos. Mas os trabalhadores e as trabalhadoras das empresas do setor da alimentação fora do lar também precisam de ajuda, cuidado e amparo. Se uma empresa fecha as portas, isso significa também mais demissões, mais recessão econômica e mais mães e pais de família ficando sem trabalho e sem sustento.

Nosso negócio é feito de pessoas. De garçons a cozinheiras, de administradores e gerentes a produtores de hortifruti e feirantes que nos fornecem alimentos. Nosso negócio movimenta os serviços de delivery, supermercado, açougues, postos de combustíveis, empresas de marketing. De grandes a pequenos. Todos estão sendo afetados.

A Prefeitura precisa dividir essa conta conosco. Prorrogar não resolve. Precisamos da extinção ou parcelamento de alguns tributos, impostos e taxas. Já que sabemos que os decretos podem continuar se estendendo e o lucro do delivery não quita, em muitos casos, nem o aluguel de muitas casas.

Toda uma cadeia de pessoas que precisa de apoio para trabalhar, manter suas famílias e seus empregos. Reconhecemos a gravidade do momento e temos empatia com todos que perderam um ente querido. Afinal, estamos juntos passando por isso. Mas precisamos de apoio e suporte. Lutamos para trabalhar e mais do que isso, para sobreviver.