Segunda onda de Covid-19 no Acre leva jovens a ficarem mais tempo internados em tratamento contra a doença — Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) afirmou em boletim divulgado nesta sexta-feira (25) que os dados mais recentes da evolução dos casos de Covid-19 no Brasil apontam para o aumento dos casos da doença entre os mais jovens.

“O país se encontra em uma situação de colapso do sistema de saúde, ao mesmo tempo que a pandemia vem ganhando novos contornos afetando faixas etárias mais jovens: 30 a 39 anos, 40 a 49 anos e 50 a 59 anos”, aponta a Fiocruz.

O avanço foi verificado pelos pesquisadores nos dados semanais divulgados pelo ministério desde o começo do ano até o dia 13 de março. O aumento de casos foi de, respectivamente, 565,08% (30 a 39 anos), 626% (40 a 49 anos) e 525,93% (50 a 59 anos).

Concentração de casos

 

Foi sobretudo a explosão dos casos entre os adultos – e não de mortes – que levou os pesquisadores falarem em “novo contorno” e rejuvenescimento da pandemia.

“A concentração de casos nas idades mais avançadas tem reduzido, se deslocando para idades mais jovens.” – boletim da Fiocuz

 

Os pesquisadores apontam que, desde o início da segunda onda, na Semana Epidemiológica 46, que compreende o período de 8 a 14 de novembro de 2020, foi observado um aumento de procura de pacientes jovens sintomáticos nos serviços de saúde.

“Este aumento foi maior que o verificado nas demais faixas etárias”, aponta a Fiocruz.

“A investigação chama atenção para o deslocamento da incidência para faixas mais jovens e a manutenção da mortalidade concentrada em faixas mais velhas. Esta mudança ainda é inicial e contribui para o cenário crítico da ocupação dos leitos hospitalares” – Boletim da Fiocruz

 

Gráfico em boletim da Fiocruz mostra concentração de casos e mortes por faixa etária — Foto: Reprodução/G1

Gráfico em boletim da Fiocruz mostra concentração de casos e mortes por faixa etária — Foto: Reprodução/G1

Aumento de mortes é inferior

Segundo o boletim, ao comparar a Semana Epidemiológica 1 de 2021 e a 10 (7 a 13 de março) foi verificado um aumento absoluto de casos em 316,88%.

“No entanto, ao analisar as faixas etárias de 30 a 39 anos, 40 a 49 anos e 50 a 59 anos, os pesquisadores observaram um aumento de casos de, respectivamente, 565,08%, 626% e 525,93% – o que sugere um deslocamento para as faixas etárias mais jovens”, analisa a Fiocruz.

Apesar disso, para as mortes, no entanto, a relação não segue os mesmos percentuais: o aumento, para este mesmo período, foi de 223,10%. A faixa de 30 a 39 anos teve aumento de 352,62% e houve incremento de 419,23% para a faixa de 40 a 49 anos e de 317,08% para a faixa de 50 a 59 anos.

“A média da idade de pacientes internados vem diminuindo progressivamente. A média da idade dos casos na semana 1 de 2021 foi de 62 anos e de óbitos foi de 71 anos. Os dados mostram que na semana epidemiológica 10, os valores foram 58 anos para casos novos e 66 anos para óbitos. Esta tendência também vem sendo observada em outros países, sempre que comparados os dados de primeira e segunda onda da pandemia”, aponta a Fiocruz.

Fonte: G1