O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) confirmou, nesta segunda-feira (29/3), a deputada federal Flávia Arruda (PL-DF) como a nova ministra da Secretaria de Governo da Presidência. Ela substituirá Luiz Eduardo Ramos.

A deputada federal ocupava, até então, a presidência da Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso Nacional. Durante as etapas para a votação do relatório da CMO, a parlamentar conseguiu ter uma atuação “habilidosa”, segundo congressistas ouvidos pelo Metrópoles. Ela integra o Centrão e é uma das aliadas mais próximas do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).

Embora pertença ao maior grupo político do Congresso Nacional, a indicação de Flávia Arruda tende a acalmar os ânimos de parlamentares do Centrão, mas não será suficiente para satisfazer o apetite do grupo, que vinha se queixando com o desprestígio do presidente Jair Bolsonaro. A pasta de Flávia, por exemplo, não tem orçamento próprio, mas é responsável pela articulação de pautas de interesse em comum entre o Palácio do Planalto e parlamentares.

Nas eleições de 2018, Flávia Arruda foi a mais votada na disputa pelas oito vagas do DF na Câmara dos Deputados. Em uma coligação formada pelo PL, PP, DEM, PHS, MDB e Avante, a parlamentar recebeu 121.340 votos. É a primeira vez que a brasiliense, casada com o ex-governador José Roberto Arruda (PL), ocupa um cargo eletivo.

Flávia estreou na política em 2014, como candidata a vice-governadora na conturbada chapa de Jofran Frejat, político que morreu em novembro de 2020. O nome dela surgiu como opção, uma vez que a Justiça Eleitoral havia indeferido a candidatura de José Roberto Arruda. Ele responde a processos pelo envolvimento na Operação Caixa de Pandora, ou Mensalão do DEM, que desvendou um dos mais rumorosos esquemas de corrupção já descobertos na história do DF.

Arruda chegou a ser preso e já tem condenação em decorrência das apurações que precipitaram sua saída do governo, em 2009.

História

Flávia Arruda nasceu em Taguatinga, no Distrito Federal, em 21 de janeiro de 1980. A parlamentar é formada em educação física pela Universidade Católica de Brasília e em direito no Centro Universitário Unieuro.

Antes de tornar-se política, Flávia Arruda foi apresentadora do programa Nossa Gente, da TV Bandeirantes. Ela também atuou em São Paulo como apresentadora de previsão do tempo.
Quando era primeira-dama, ela trabalhou com projetos sociais e criou o Mãezinha Brasiliense. O programa dava kit enxoval para mulheres grávidas e oferecia atendimento humanizado e prioritário na rede pública de saúde do DF. Segundo a assessoria da parlamentar, à época da iniciativa, 25 mil mães e bebês foram beneficiados, durante sete meses.

O suplente de Flávia Arruda e, enquanto ela estiver no governo federal, quem deve assumir o mandato na Câmara dos Deputados é o ex-deputado federal Laerte Bessa (PL).

Veja 5 curiosidades sobre ela:

1- Nas últimas eleições, estreia dela no Congresso Nacional, Flávia Arruda foi a mais votada da bancada do Distrito Federal e obteve 121.340 votos.

2- Como parlamentar de primeiro mandato, Flávia foi uma das mais próximas aliadas de Rodrigo Maia (DEM-RJ) enquanto presidente da Câmara dos Deputados e, atualmente, também tem muita proximidade com Arthur Lira (PP-AL), que não recebeu o apoio do democrata. O bom trânsito entre as duas forças oponentes demonstra a facilidade que a parlamentar tem de se relacionar no Congresso

3- A nova ministra entrou na política como substituta do marido nas eleições de 2014. Na época, Arruda foi considerado ficha-suja pelo envolvimento na Operação Caixa de Pandora, também conhecida como Mensalão do DEM. Ela concorreu à vice na chapa encabeçada pelo já falecido Jofran Frejat (PL). Não venceu.

4- Além de bacharel em direito, Flávia Arruda também estudou educação física, mas não chegou a atuar na área.

5- Antes do mandato, a parlamentar trabalhou na Rede Bandeirantes e foi a garota do tempo do canal de TV.