No dia 4 de junho, sexta-feira, às 8 horas, a comunidade quilombola de Barra de Aroeira estará reunida na TO -247 para reivindicar a regularização fundiária das terras do quilombo e o cumprimento da Quinta Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) que no dia15 de julho de 2019, garantiu que se cumprisse a demarcação das terras.
A decisão é o resultado de uma apelação do Ministério Público Federal que foi julgada procedente e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) teria o prazo de um ano para concluir a demarcação das terras quilombolas, sob pena de multa de R$ 1 mil, caso que ainda não ocorreu.
A presidente da Associação dos Moradores de Barra de Aroeira, Andressa de Fátima Rodrigues da Silva, disse que “a espera pela regularização é muito antiga, e a proposta anterior de 8 mil hectares está sendo reduzida na passagem desses 11 anos de espera”.
Barra de Aroeira é ocupado por 174 famílias e a titularidade das terras deve acontecer por etapas, inicialmente são 62 mil hectares que estão sendo reivindicados pelos moradores.
“Nós pretendemos fechar uma via com faixas, desfilar com carros de som e queimar pneus para que a sociedade lembre do compromisso que tem com este quilombo”, disse Andressa de Fátima.
O quilombo está se organizando produtivamente, principalmente na fabricação de farinha, mas plantam banana, feijão, fava, pequenos criatórios de porcos e galinhas, e estão beneficiando mel e gergelim para produção de cosméticos.
O projeto roça de arroz produzido por mulheres tem despertado a atenção das jovens do quilombo. Uma está comercializar os produtos num quiosque à beira da TO-247, uma via de intenso fluxo turístico para o Jalapão.
“Vendemos óleos de coco, mamona, buriti, temos feijão, fava e pimenta tudo plantado e beneficiado aqui mesmo”, disse Patrícia Rodrigues, que está à frente do empreendedorismo no quilombo, “criamos o Empório Malaguetas, quem cuida é Vitória Rodrigues, minha filha que voltou de Goiás, para se juntar a nossa luta”.
A história do quilombo de Barra de Aroeira remonta o ano de 1864, quando alguns negros escravos foram chamados a participar da guerra do Paraguai, entre eles esteve o patriarca do quilombo que herdou como recompensa extensas áreas do Alto Goiás, hoje terras do Estado do Tocantins, onde está localizado o Quilombo de Barra de Aroeira.