Eduarda de Oliveira Martu em apresentação no Teatro Fernanda Montenegro – Foto: Divulgação Dicom Seduc

 

O sonho de se tornar uma profissional da dança foi o que levou a estudante Eduarda de Oliveira Martu a ingressar, em 2017, na Companhia de Dança Balé Popular do Tocantins, iniciativa do Governo do Estado, realizado pela Secretaria de Estado da Educação, Juventude e Esportes (Seduc). Na época, com apenas 11 anos, ela vinha de Porto Nacional para Palmas três vezes na semana para fazer as aulas.

Focada na dança, em 2018 ela passou a fazer as aulas de segunda à sexta-feira na Escola de Tempo Integral Rachel de Queiroz e no Colégio Militar do Estado do Tocantins – Unidade II. “Durante a manhã, eu estudava regularmente no Colégio Sagrado Coração de Jesus. Terminava a aula eu já pegava o ônibus para Palmas para fazer as aulas de dança, era uma rotina puxada, mas muito prazerosa”, contou.

Filha de funcionários públicos, Eduarda de Oliveira Martu sempre contou com o apoio dos pais e descobriu a paixão pela dança ainda cedo, com apenas quatro anos. “Sempre fiz balé, desde pequenininha e sempre assistia a vídeos sobre o assunto, na internet. Foi no Balé Popular que eu tive a certeza de que a dança era minha vida e foi onde eu também melhorei minha técnica”.

No Balé Popular, Eduarda descobriu novas possibilidades na dança. Em 2018, foi para Nova York participar de um curso da American Academy of Ballet. Em 2019, foi para a Itália para competir e fazer um curso no Opus Ballet. Em janeiro de 2017, ela já havia feito um curso de férias na Mostra Dança, em São Paulo, para onde resolveu se mudar em 2019 para continuar seus estudos.

Em São Paulo, ela ingressou no Studio de Ballet In-Pulso, onde ficou até o final de 2020. Neste ano, ingressou na Escola Balé de Paraisópolis. “A oportunidade de ingressar no Balé Popular do Tocantins foi essencial para que eu pudesse ter a clareza do caminho que gostaria de percorrer. Hoje, o meu sonho é conseguir ingressar em uma companhia internacional e viver fora do Brasil”, finalizou.

Maicon Cardoso

A história de Maicon se confunde com a história da Companhia de Dança Balé Popular do Tocantins, tendo participado das primeiras turmas, hoje é professor da Companhia. Natural de Mato Grosso, em 2003, Maicon, junto com a mãe e as três irmãs, precisou arrumar as malas e seguir em busca de novas oportunidades. Na época, ele, o filho mais novo, tinha apenas seis anos. O local escolhido pela mãe foi Palmas.

Em Palmas, a dança entraria na sua vida quase que por acaso, já que quando ingressou  na Escola de Tempo Integral Padre Josimo Morais Tavares, começou a praticar artes marciais e, apenas em 2009, quando foi convidado por uma professora – Tatiane Martins – para participar de uma montagem do Fantasma da Opera, é que encontraria na dança sua mais legítima forma de expressão.

Nessa mesma época, nascia o Festival de Artes das Escolas de Palmas, do qual Maicon participou das primeiras edições. Em 2010, quando ingressou no Centro de Ensino Médio Castro Alves, se tornou estagiário das aulas de dança da sua antiga unidade de ensino. A dança não sairia mais da sua vida.

Em 2013, com o início das atividades do Balé Popular do Tocantins, ocorreu um novo marco na história de Maicon, com a oportunidade de ingressar na Companhia, onde ficou até 2018. “Naquela época, se não fosse o Balé Popular, eu não teria condição de pagar um curso de dança, por isso que eu acho que esse é um projeto que ajuda descobrir talentos, independente da condição social da pessoa”, contou.

Do Balé Popular para o mundo, em 2016, Maicon Cardoso fez o seu primeiro intercâmbio de balé, na American Academy of Ballet, em Nova York, onde ficou seis semanas com bolsa de estudos. No ano seguinte, Maicon passou cinco semanas estudando em duas das mais importantes escolas de dança do mundo: Joffrey Ballet, para a qual ganhou bolsa integral, e a American Academy of Ballet, que ofereceu a ele bolsa parcial.

Maicon Cardoso em um dos seus intercâmbios nos Estados Unidos, em 2017

Sempre contando com o apoio do Governo do Tocantins, por meio da articulação da Seduc, durante o período em que esteve pela segunda vez na American Academy of Ballet, conquistou o segundo lugar na categoria solo livre em uma competição da escola de dança. Ele foi o único brasileiro a ser premiado na modalidade. “A minha maior inspiração é minha mãe [Juliana Cardoso], que sempre me apoiou, mesmo quando eu não acreditava que eu iria tão longe, ela continuou acreditando e me apoiando”.

Maicon Cardoso destaca dois momentos marcantes da sua trajetória. “Nunca vou esquecer quando fui selecionado para ir para fora do Brasil pela primeira vez e vi o esforço da minha família para que eu pudesse ir. Outro momento foi quando tive a oportunidade de me tornar professor do Balé Popular, em 2019”. Na época em que se tornou professor, ele estava concluindo o curso de Licenciatura em Teatro, pela Universidade Federal do Tocantins (UFT).

“Hoje, me considero uma pessoa realizada, a minha vida gira em torno da dança. Na Companhia de Dança Balé Popular, sou professor e continuou sendo aluno. Aqui tive novas possibilidades, como viajar pela primeira vez para fora do Brasil, e também tive a minha vida transformada”, finalizou Maicon, que está entre as centenas de crianças, adolescentes e jovens da Capital que participam das aulas gratuitas de dança.

Desde 2019, Maicon Cardoso é professor do Balé Popular do Tocantins

Balé Popular do Tocantins

O Balé Popular do Tocantins conta com cinco polos: Escola Estadual Elizângela Glória Cardoso, Colégio Militar do Estado do Tocantins – Unidade II, Escola Estadual Rachel de Queiroz, Escola Estadual Frederico Pedreira e Escola Estadual de Tempo Integral Vila União, todas em Palmas. A companhia representa o Estado em eventos, festivais e mostras pelo País. Este ano, em função da pandemia, as aulas estão sendo realizadas de forma on-line, com plataforma própria e acessadas por e-mails institucionais.

Fotos: Divulgação Dicom Seduc