Após a conclusão das investigações sobre a morte do idoso Raimundo Araújo dos Santos, de 66 anos, em um corredor do Hospital Regional de Paraíso do Tocantins, a Polícia Civil indiciou o médico por omissão de socorro. O senhor chegou ao hospital no dia 21 de novembro de 2020, mas demorou a ser atendido e acabou saindo da sala de espera. Ele só foi encontrado somente 12 horas depois, sem vida, em uma ala que passava por reformas.
O idoso foi levado ao hospital após sofrer um acidente de moto. O laudo da perícia constatou que ele morreu devido a um “choque hemorrágico causado por lesão renal esquerda”.
Conforme a Polícia, durante as investigações da 61ª Delegacia de Paraíso do Tocantins foram ouvidas 13 testemunhas. A maioria delas afirmou que não percebeu o momento em que o idoso deixou a sala de espera e foi até o corredor onde morreu.
Um porteiro relatou que Raimundo Araújo chegou sentindo muitas dores, passou pela triagem, foi levado para o consultório em uma cadeira de rodas e deitado em uma maca. Depois o médico plantonista teria chegado ao consultório e mandou que o homem fosse retirado para aguardar ser chamado.
O médico também prestou depoimento e afirmou que não estava no consultório quando o paciente foi encaminhado e na hora da chamada o idoso não apareceu.
Porém, uma técnica de enfermagem confirmou a versão de que o plantonista pediu para o paciente ser retirado do consultório. Isso teria ocorrido porque ele estava em uma videoconferência com outro profissional.
De acordo com o inquérito, assinado pelo delegado Hélio Humberto, o idoso teria saído da sala de espera porque estava sentindo muitas dores e não conseguia ficar sentado. Por isso foi procurar um local para se deitar.
“Com base nos elementos disponíveis descritos na peça acusatória, e tendo em vista a atitude do médico em não atender o paciente na hora que estava em seu consultório, indicio o médico [….] pelo crime de omissão de socorro”, consta no documento.