Este tipo de plantio representa segurança alimentar, dedicação comunitária e embelezamento dos bairros

Por Antônio Neves

Conhecidas como Agricultura Urbana, as hortas comunitárias têm contribuído ao longo dos anos, com a segurança alimentar de inúmeras famílias. No Tocantins, um Projeto idealizado pelo médico veterinário Eduardo Fortes está beneficiando semanalmente cerca 1.500 famílias em municípios do interior do Estado. São espaços que contam com alface, couve, cebolinha, salsinha, mandioca e batata doce e, tudo que é colhido é distribuído entre os membros da comunidade.

Além da capital Palmas, pelo menos outros quatro municípios no interior do Tocantins vêm adotando esta prática, são eles: Formoso do Araguaia, Gurupi, Dueré e São Valério. Estas cidades apresentam amostras bem-sucedidas na aplicação e execução de projetos voltados para o cultivo de alimentos, tendo a participação ativa das comunidades impactadas, principalmente em tempos de pandemia. As hortas comunitárias são a alternativa e prioridade para uma parte da população que necessita de uma boa alimentação a partir de alimentos saudáveis.

As hortas têm contribuído com um papel social e a implantação dos projetos perece simples, a começar pelo aproveitamento de espaços abertos em áreas públicas. Elas contam ainda, com a adesão e apoio dos administradores municipais e principalmente das comunidades que prestam contribuição através do trabalho voluntário.

Os projetos abrem um leque de oportunidades. Além da produção de alimentos para o consumo próprio, oferece vários benefícios ambientais, sustentáveis e educacionais, bem como a possibilidade de renda pela comercialização de produtos excedentes. Neste contexto tem-se a inclusão social e a segurança alimentar em tempos de pandemia pela Covid-19 e o suprimento na falta de recursos financeiros, enfrentada em maior parte dos municípios.

Uma iniciativa do médico veterinário, Eduardo Fortes, em Gurupi, está servindo de exemplo para outros municípios do sul do Tocantins. Ao todo já são seis hortas em funcionamento, sendo duas em Gurupi, duas em Formoso do Araguaia, uma em Dueré e outra em São Valério, que contaram com a adesão dos gestores municipais. Outras unidades estão em fase de implantação nas cidades como Crixas, Aliança do Tocantins e Talismã.

Segundo Eduardo Fortes, “as ações sociais com a implantação das hortas comunitárias são estimulantes para melhorar a conivência através da interação entre as pessoas. Além da gente estar ensinando ao cultivo, estamos também levando alimento saudável para a mesa de muitas famílias principalmente nessa época de pandemia”, disse o idealizador.

Ainda segundo o médico veterinário, “hoje o projeto está beneficiando semanalmente, cerca de 1.500 famílias que recebem cestas de verduras e legumes, em suas casas. As variedades de folhosas são diversificadas. Nos canteiros são cultivadas duas espécies de couve, dois tipos de alface das variedades americana e crespa, cheiro verde como cebolinha salsa, coentro, além de mandioca e batata doce”, explicou.

Apoio

Além do apoio incondicional dos gestores municipais, a iniciativa recebe também a colaboração de empresários locais, que contribuem com doação de mudas e adubo orgânico. Um exemplo destas parcerias é a feita pela Cooperativa dos Produtores de Carnes e Derivados de Gurupi (Cooperfrigu), que soma com materiais para o cercamento dos locais e assistência técnica na parte de irrigação. Outros parceiros importantes são as instituições de ensino da região (Universidade Federal do Tocantins – UFT, Instituto Federal do Tocantins – IFTO de Formoso do Araguaia e Igreja Católica.

A mobilização para o envolvimento das comunidades é feita pelas Secretarias do Trabalho e Ação Social de cada uma das cidades mencionadas. Em Formoso do Araguaia, as atividades vão além das quatro linhas, como informou a secretária, Geane Rios Nunes. “As famílias são cadastradas dentro do Projeto Mãos Amigas, que realiza a doação de verduras e desenvolve campanhas para arrecadar donativos e complementar com itens de primeiras necessidades que são entregues as famílias. As pessoas têm atendido o chamado das campanhas e as hortas comunitárias, vem promovendo o bem-estar coletivo e oferecendo o acesso a alimentos saudáveis e frescos”, afirmou a gestora