Qual o motivo para se criar uma nova Associação que possa representar os Jornalistas Especializados em Turismo? Esta é uma pergunta natural para ser feita por qualquer pessoa que não milite nos meios de comunicação voltados para a atividade do turismo. Talvez, para esta pergunta, caiba uma resposta: Nos dias atuais, a atividade da comunicação é composta apenas por jornalistas que escrevem ou falam sobre o turismo? É exatamente aí que surge a FEBTUR – Federação Brasileira de Jornalistas e Comunicadores de Turismo.
Há 65 anos, o jornalista que escrevia sobre turismo era o profissional da redação que falava uma coisa ou outra sobre um destino, sobre um hotel, uma companhia aérea, o que não se caracterizava como uma atividade turística. Quantas operadoras e agências de viagens existiam no Brasil? De lá pra cá, quantos avanços e descobertas houveram? Evoluímos do telex para o fax, até chegar ao telefone celular; os bilhetes eram emitidos manualmente e as reservas eram feitas por telefone, quando a linha favorecia. Era exatamente sobre essa atividade que o jornalista de turismo escrevia.
Em 15 anos, a comunicação evoluiu mais do que nos 50 anteriores. O profissional de comunicação teve que evoluir junto, não só no ponto de vista tecnológico, mas também com o conhecimentos dos segmentos que fazem parte do “negócio” do turismo. Com o desenvolvimento do turismo, essa atividade, antes considerada apenas de lazer, passou a fazer parte das atividades que sustentam a economia do país, dos estados e municípios. Mais de 50 itens passaram a compor a cesta que alimenta a cadeia econômica do turismo. Passou a ser o segundo maior empregador do país, só atrás do agronegócio; passou a exigir dos seus profissionais conhecimentos tecnológicos, de economia, de sociologia, de marketing e, mais recentemente, dos segredos digitais.
Nos cinco últimos anos, da mesma forma que o jornalismo não podia admitir um profissional analfabeto nos tempos da máquina de escrever, hoje não tem espaço o analfabeto digital. O profissional de comunicação passou a ser multimidia. Quantos jornais e revistas impressos especializadas em turismo existem hoje no Brasil que ultrapasse a fronteira do seu estado? Quantos blogs, sites, canais como YouTube, Instagram, Facebook, levam a noticia da sua cidade no interior do estado para o mundo em segundos? Temos que ficar presos às máquinas de escrever ou ao computador de mesa com impressora enquanto o turismo voa na velocidade da luz por outros canais e plataformas, alcançando números de pessoas incalculáveis através de um aparelho de telefone celular?
Turismo é uma atividade sensível. Qualquer ação de comunicação, marketing ou promocional que seja feita, ele responde positivamente imediatamente e é com a mesma velocidade que as noticias e fatos acontecem e precisam chegar ao público-alvo com a mesma velocidade e antes da concorrência. É para acompanhar esse momento atual, de olho nas tendências que estão logo ali na frente, que uma entidade precisa estar focada na modernidade e não apenas na tradição ou na sua história.
Para ilustrar este raciocínio, em um Congresso ou Encontro realizado em qualquer cidade há cinco anos, seria um grande sucesso se rendesse 200 matérias. Dessas, 50, no máximo, seriam de pequenos jornais e revistas impressas que não ultrapassariam as fronteiras dos seus estados. Pois bem: no ENCOMTUR, realizado em Santarém e Alter do Chão, onde foi criada a FEBTUR Nacional, evento promovido pela FEBTUR-PA, até o momento rendeu mais de 450 matérias enaltecendo, mostrando, divulgando as exuberantes belezas naturais da região – as águas do rio Tapajós, as lindas praias de Alter do Chão, nas postagens em blogs, sites, YouTube, Instagram, Facebook etc., e em quantos jornais e revistas impressas? Será que tinha ali representantes de vinte veículos impressos? Não podemos tirar a importâncias desses meios de comunicação, pelos valores intrínsecos que eles continuarão tendo e que foram escola para muitos de nós, jornalistas que hoje também transitamos pelas plataformas digitais. Mas continuarão sendo a minoria nesse momento virtual que a comunicação vive.
A FEBTUR – Federação Brasileira de Jornalistas e Comunicadores de Turismo nasce sob o manto da modernidade, da democracia e da transparência. Nasce, sobretudo, do desejo de jornalistas do Brasil de criar uma entidade que atenda aos anseios da comunicação moderna, não apenas do jornalismo tradicional do turismo, mas que abranja os aspectos mais amplos da comunicação. Com a disseminação da comunicação em diversas plataformas, de modos diferentes, com multiprofissionais, a nova entidade tem a missão de oxigenar e fomentar essa nova forma de comunicação, rejuvenescendo – não só em idade – e aproveitando esse pensamento plural e a comunicação rápida, aliando a experiência que temos em nossos quadros à modernização e agregando essa nova forma de comunicação que queremos levar ao fazer turístico e à comunicação do turismo brasileiro.
O diferencial da FEBTUR, que será uma entidade aberta para a comunicação do Turismo em tempos de modernidade, são os objetivos, planejamento e projetos que vão beneficiar não só a atividade, mas também os associados. que são os verdadeiros donos da entidade. e é para ele, associado, que a Diretoria de apenas um mandato vai trabalhar.
A FEBTUR está criada, esperando você. Ou quer colocar o “ fardão embolorado “ para tomar chá das 5 com o antigo?
GORGÔNIO LOUREIRO
Presidente Nacional
JORNALISTA – MT/BA 5349