Hospital Regional de Gurupi – Divulgação

Lucas Eurilio

Médicos terceirizados que trabalham nas UITs Covid-19, do Hospital Regional de Gurupi (HRG), no sul do Tocantins, denunciaram ao Gazeta do Cerrado, nesta sexta-feira, 26, a falta de pagamento dos plantões.

Conforme os denunciantes que não quiseram se identificar afirmaram, os profissionais estão sem receber 50% dos valores dos plantões de agosto, setembro e outubro.

Nossa equipe teve acesso exclusivo a dois documentos. Um do último dia 19/11/21 informa para a Direção Geral e Técnica do HRG, Secretaria Estadual de Saúde e aos Isac e CLUO Inteligência LTDA que caso o pagamento não seja realizado, os médicos – que trabalham na linha de frente contra a Covid, salvando vidas – irão paralisar as atividades nas UTIs. (Veja na íntegra no final da reportagem).

“Venho informar que em vista da falta de pagamento dos plantões desde o mês de agosto de 2021, os médicos estão insatisfeitos e se manifestaram com a negativa de realizar plantões na escala de UTI Covid a partir do dia 1°/12/21, ficando dessa forma, impossível de montar uma escala para o mês próximo”, diz trecho anúncio de paralisação.

Outro documento do Sindicato dos Médicos do Tocantins (Simed), do último dia 22/11/21, encaminhado ao CLUO Inteligência em Saúde LTDA e ao Instituto Saúde e Cidadania cobra respostas sobre os atrasos e deu um prazo de 48 horas para que o impasse seja resolvido. (Confira abaixo).

A Gazeta entrou em contato com a Secretária Estadual de Saúde (SES-TO).

Em nota, o órgão disse que “na sexta-feira, 19, foi pago o valor de R$ 1,8 milhão ao Instituto Saúde e Cidadania (Isac), referente à parte da dívida pelos serviços do Hospital Estadual de Combate à Covid, Hospital Geral de Palmas, Hospital Regional de Araguaína e Hospital Regional de Gurupi. O órgão destacou ainda que o processo para liquidação do restaurante da dívida com o referido Instituto (R$ 3,2 milhões) foi encaminhados pela SES e já encontram-se na Sefaz, devendo o crédito ser efetuado ainda nesta sexta-feira, 26”.

O Isac respondeu  que está dialogando com a Secretaria de Estado de Saúde para resolver o débito existente e, assim, solucionar os pagamentos em atraso com colaboradores, prestadores de serviço e fornecedores.

No caso da UTI Covid-19 no Hospital Regional de Gurupi e no Hospital Geral de Palmas, as empresas de prestação de serviços médicos receberam, desde a competência de agosto, apenas 50% do valor referente às notas fiscais apresentadas. Já no Hospital Estadual de Combate à Covid-19, a folha de pagamento competência de outubro também não foi paga.

O ISAC lamenta que seus colaboradores, prestadores de serviços e fornecedores que atuam nas unidades pertencentes ao Governo do Tocantins e gerenciadas pelo Instituto, estejam, todos os meses, tendo dificuldade de recebimento. Fato este que vai contra os princípios do ISAC.

Infelizmente, por lei, o ISAC depende do recurso do Estado para manter a prestação de serviços e honrar os compromissos financeiros assumidos. É necessário que o recurso caia nas contas específicas de cada unidade para que seja feito o pagamento dos profissionais, fornecedores e prestadores de serviço.

Por uma questão legal, o Instituto é proibido de utilizar recursos de outros projetos para fazer a quitação de qualquer despesa, inclusive, com pessoal. Fato este cobrado pela própria Secretaria de Estado de Saúde.

O ISAC é solidário com os profissionais e lamenta que tenham que vivenciar uma situação desgastante como essa. O Instituto também se sente de mãos atadas, já que depende da Secretaria de Saúde do Tocantins para realizar os pagamentos.

Nossa equipe tenta contato ainda com a empresa CLUO Inteligência em Saúde LTDA e ressalta que o espaço está aberto para posicionamento.

Veja anúncio de paralisação