O Ministério da Saúde confirmou nesta quinta-feira (2) mais dois casos da ômicron em Brasília. Com as outras três infecções já detectadas anteriormente em São Paulo, o Brasil registra até o momento cinco pacientes com a nova versão do coronavírus.
Os dois novos casos são de pessoas que estavam em um voo que veio da África do Sul, passou pela Etiópia e aterrissou no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo no sábado, 27 de novembro. De Guarulhos, os dois passageiros seguiram para Brasília. Um dos infectados está com sintomas e o outro permanece assintomático. Ambos foram isolados.
A confirmação dos cinco casos ocorreu durante apresentação de ações do Ministério da Saúde sobre ações contra a nova variante. O ministro Marcelo Queiroga defendeu que a população confie nas autoridades de saúde, mantenha a vacinação em dia e disse que não existem motivos para um “fechamento total”.
“Não podemos sair de uma situação libertária de festas, réveillon e carnaval para uma situação de fechamento total da nossa economia, porque as consequências nós não sabemos. Até porque não há motivo para isso. O que há é a notificação da variante, tem mutações, mas o grau de impacto na saúde de cada um nós não sabemos”, disse Queiroga.
Apesar da confirmação de novos casos, Queiroga também disse que o ritmo da vacinação no país garante “tranquilidade” para enfrentar todas as variantes do coronavírus.
“Ontem, 2 milhões de pessoas foram vacinadas. Isso nos dá tranquilidade para enfrentar não apenas a ômicron, mas outras variantes que podem surgir no mundo” , disse Marcelo Queiroga.
Restrições a viajantes
Na quarta-feira (1º), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) enviou um novo parecer à Casa Civil do governo Jair Bolsonaro para pedir a adoção de medidas mais rígidas no acesso de viajantes ao país. A intenção é evitar o aumento dos casos de Covid-19 após a descoberta da variante.
A Anvisa apontou que o cenário é preocupante, entre outros motivos, porque os países no sul da África mais atingidos pela ômicron têm baixa cobertura vacinal. Ao não exigir o comprovante de vacinação, o país facilita a entrada de pessoas não vacinadas, e que podem estar carregando o vírus.
Nesta quinta-feira, durante o evento do ministério, o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, disse que sabe que “a Anvisa fez recomendações sobre portos e aeroportos”, mas que a medida “exige uma ação interministerial do governo”.
“Nós estamos nos debruçando sobre os dados da literatura com os três ministérios coordenados pela Casa Civil. Envolve questões de natureza sanitária e outras questões, como os direitos das pessoas de transitarem livremente. A África do Sul foi eficiente em sequenciar e, por conta disso, [ocorreram] uma série de restrições para os cidadãos daquele país. É necessário que haja ponderação, equilíbrio”.