Foto: Douglas Gomes

Foto: Douglas Gomes

 

O deputado republicano Cesar Halum (TO) será o representante do PRB na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) instalada, na tarde da última terça (5), no Congresso Nacional. A CPMI vai investigar irregularidades envolvendo as empresas JBS e J&F em operações realizadas com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) entre os anos de 2007 e 2016.

 

Halum afirmou que a CPMI será uma ótima oportunidade para passar o assunto a limpo. “Fiquei feliz com a indicação do partido para ser membro dessa comissão. Primeiro porque sou um profissional da área, do setor, atuante como médico veterinário. Trabalhei na extensão rural e tenho uma convivência grande com pecuaristas e donos de frigoríficos. Sei da realidade desse mercado e o quanto a JBS se tornou uma erva daninha para todos os pequenos e médios frigoríficos do Brasil”, argumentou.

 

A instalação da CPMI se dá ao mesmo tempo em ocorre a anulação do acordo de delação premiada entre a empresa JBS e a Procuradoria-Geral da República (PGR). A consequência dessa anulação é a prisão do empresário Joesley Batista, assim como do lobista Ricardo Saud, que teriam omitido informações relevantes nas primeiras acusações que fizeram.

 

O colegiado terá 17 senadores e 17 deputados, com igual número de suplentes, e prazo de 120 dias para a investigação. Os senadores Ataídes Oliveira (PSDB-TO) e Ronaldo Caiado (DEM-GO) foram eleitos presidente e vice-presidente da comissão.

 

JBS e J&F

A J&F Participações Ltda é a holding que controla diversas empresas, entre elas a JBS S/A. Entre 2002 e 2013, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES liberou o montante de 12,8 bilhões de reais às empresas controladas pela J&F Participações Ltda, seja na forma de empréstimos, seja na de participações acionárias. Entre as empresas favorecidas, está a JBS S/A, com 6,6 bilhões de reais.

 

Cerca de 70% dos negócios do Grupo é controlado pela JBS USA Holding, que tem 56 fábricas sediadas nos Estados Unidos. Joesley Batista, um dos controladores do Grupo, afirmou que os recursos do BNDES foram liberados após intervenção política. Segundo ele, o ex-ministro Guido Mantega, juntamente com outras lideranças do Partido dos Trabalhadores, recebeu 200 milhões de reais em propinas.

Por Mônica Donato (Ascom Liderança do PRB na Câmara)