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Médicos não devem ignorar o risco de doenças cardiovasculares em indivíduos tidos como “obesos saudáveis” ou aqueles com “peso normal”, mas com doenças metabólicas como diabetes, advertem pesquisadores da Universidade de Birmingham, no Reino Unido. O estudo foi publicado nesta segunda-feira (11) no “Journal of the American College of Cardiology”.

Para os pesquisadores, dados indicam que o conceito de “obesidade saudável” deve ser visto com maior atenção porque esses indivíduos ainda estão em maior risco para doenças cardiovasculares. Um obeso é considerado saudável quando, apesar do peso elevado, não há indícios de doenças metabólicas como diabetes, hipertensão e colesterol elevado.

Do mesmo modo, o fato de uma pessoa ser magra não implica que ela esteja livre do risco de desenvolver doenças cardiovasculares. A pesquisa também apontou aumento de risco nesse grupo.

“A chamada ‘obesidade metabolicamente saudável’ não é uma condição inofensiva e o termo não deve mais ser usado para levar as pessoas a acreditarem que a obesidade possa ser saudável”, diz Rishi Caleyachetty, um dos autores do estudo, em nota.

No estudo, cientistas analisaram registros de saúde de 3,5 milhões de adultos britânicos. A análise foi feita em duas etapas: primeiro, foram identificados indivíduos livre de doenças cardiovasculares; depois, pesquisadores reavaliaram o registro desses mesmos indivíduos 5 anos depois para verificar a ocorrência de alguma condição cardiovascular.

Depois da análise, indivíduos foram divididos em quatro grupos “fenotípicos”: 1) Indivíduos abaixo do peso (Índice de Massa Corporal menor que 18.5); índividuos com peso normal ( IMC maior que 18m mas menor de 25); sobrepeso (maior que 25, mas menor que 30); e obesos (IMC menor que 30).

A pesquisa mostrou que indivíduos obesos “metabolicamente saudáveis” apresentam maior risco de doenças cardiovasculares em comparação com aqueles que também não possuem doenças metabólicas, mas têm peso normal.

Resultados mostraram que há um risco 49% maior de doença cardíaca coronária, 7% maior risco de doença cerebrovascular e um risco aumentado de insuficiência cardíaca de 96%. Ainda, pesquisadores demonstraram que indivíduos com peso normal, mas portadores de doenças metabólicas, também estão em maior risco.

“O fato do estudo mostrar que magros também terem risco aumentado tem uma implicação importante: sugere ainda que o peso não deve ser o único critério para identificar o risco cardiovascular”, diz o professor Neil Thomas, da Universidade de Birmingham, em nota.

As implicações práticas da pesquisa

Segundo os pesquisadores, os dados indicam que médicos devem encorajar indivíduos obesos a perderem peso, mesmo que eles não tenham indicações de doença metabólica.

Do mesmo modo, o peso não deve ser o único indicador de risco de doença cardiovascular, já que magros com doenças metabólicas também estão em maior risco.

Fonte: Bem Estar