Maju Cotrim

O deputado estadual, ex-senador e primeiro prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira, após anos afastado dos holofotes da política concedeu uma entrevista exclusiva á Gazeta do Cerrado nesta segunda-feira, 31.

Ele há anos não concede entrevista sobre política e abriu o jogo á Gazeta sobre como pensa o cenário do Estado. Eduardo não vai disputar reeleição este ano.

Segundo Eduardo, o jogo não está colocado ainda.

“Ser melhor pai e melhor filho”

Ele falou que sua meta no momento tem sido “ser o melhor pai para os filhos e melhor filho para seu pai, momento pacificado política e familiarmente. ”, disse.

“Está absolutamente fora de questão nos 45 do segundo tempo eu ser vice ou disputar qualquer outro cargo, o projeto não passa por mim mas entendo que posso colocar um tijolo no melhor projeto para o Tocantins neste momento”, disse.

“Sem culpar ninguém ou ter frustração ou magoa, o destino político é construído através de cada fato histórico e decisão… decididamente na política me enquadro mais, embora tenha sido um bom prefeito de Palmas e um bom senador e ter um legado de participação nacional e até internacional, como operário”, disse o parlamentar que é conhecido pela ampla capacidade de articulação.

“Estou trabalhando e me coloco como operário, não quero holofote, não quero crachá nem posição definida em organograma de campanha… não quero levantar taça nada disso me interessa o que me interessa é pegar o 1% e levar para este processo para o projeto que for melhor para o Tocantins”, disse.

“Quero ser um operário da construção Política mesmo que alguns me julguem um príncipe sem reino, considero q eu tenha pelo menos 1 e se for isso quero levar isso para um projeto que atenda o Tocantins”, reafirmou.

2010

Ele disse que em 2010, quando seu pai Siqueira Campos venceu o governo, poderia ser candidato a deputado federal mas optou por construir com os outros candidatos para não atrapalhar meu pai. “Ajudei a construir um Governo com bons quadros”, disse.

“Meu pai acabou com 20 mil comissionados e convocou pelo menos 10 mil concursados e criou outras vagas, ele fez o maior acordo sindical que já teve neste Estado ”, disse. Entre os concursos do quadro geral, polícia militar e delegados foram mais 11 mil efetivados em concurso público.

Eduardo Siqueira Campos e seu pai José Wilson Siqueira Campos  – Divulgação

A renúncia

“Quando meu pai renunciou eu não podia ser candidato mesmo muita gente achando que eu podia.. como ele governou até 3 de abril todos os parentes consanguíneos estavam impedidos. Ele renunciando eu poderia ser candidato a senador, deputado federal e senador mas não a governador nem a vice”,
Relembrou.

“Após isso resolvi recomeçar, na Assembleia fiz um bom combate”, relembrou sobre o retorno na AL.

“Nestes dois mandatos bom combate ele se deu no governo Marcelo Miranda quando eu e Paulo Mourão protagonizamos os melhores debates respeitosos e se tínhamos respeito um pelo outro esse respeito só aumentou e as pessoas que estavam na galeria e jornalistas até hoje falam que sentiam saudade daqueles embates, asseguramos cursos da Unitins em Augustinópolis, em Dianópolis, Araguatins, brigamos por aquilo que os funcionários públicos realmente tinham direito…coloquei emendas para a polícia militar, hospital do amor e inovei na forma de fazer emendas”, disse.

“O processo não tem que passar por mim porém tenho pelo menos 1% de razões para querer que eu passe para dentro deste processo para levar este 1% para qualquer projeto”, disse.

“Estou fazendo a minha construção, continuo nos bastidores e assim quero ficar fazendo trabalho anônimo para o qual não quero reconhecimento, estou preparado para dar seguimento á minha vida”, disse.

Eleições deste ano

“Parado não estou, estou fazendo meu trabalho de construção, moldando como um operário que sou da política”, disse.

“Não tenho prazo a cobrar de ninguém”, disse sobre todos os nomes já colocados. “Mantenho respeito por todas as candidaturas colocadas”, disse.

Relação e parceria com Gomes

O deputado comentou ainda sobre a parceria e amizade com o senador Eduardo Gomes, cotado para a disputa ao governo.

“Minha amizade com Eduardo Gomes sempre permanece mas tenho que respeitar o que ele disse…ele está ainda por decidir e eu estou decididamente trabalhando… o Tocantins todo vai parar para ouvir a decisão dele” comentou.

Eduardo Gomes e Siqueira Campos – Divulgação

Ida ao palácio

Eduardo foi questionado pela Gazeta sobre ida ao Palácio na semana passada quando foi fotografado ao lado do governador Wanderlei, pioneiros e do deputado Vicentinho Junior.

“Sempre sentirei saudades de ver meu pai sentado naquela cadeira mas entendo que isso é coisa para os livros de história. Se vou ao Palácio: sou deputado… se fiquei dois anos sem ir não importa .. o que importa é que se eu for tenho várias respostas para justificar”, afirmou frisando que é deputado estadual.

“O governo do Wanderlei tem sido austero, combativo, sincero, claro nas posições e determinado”, comentou sobre a atual gestão. Ele lembrou ainda o papel histórico do pai do governador, Fenelon Barbosa.

E o TCE?

Os rumores de uma possível ida para o TCE continuam nos bastidores porém no momento este não é cenário.

“Não há ninguém que esteja próximo de se aposentar, não há vaga aberta para este ano, não creio que haja vaga em aberto e porque vou me dar ao trabalho de fazer este raciocínio todo? “, indagou.

“Não há razão para se pensar na saída de qualquer um dos seus membros. Este assunto não está na pauta”, disse.

Senado

Eduardo comentou sobre a disputa ao Senado.

“Não foram decididas ainda as chapas majoritárias que se iniciam pelo governador e depois do senador. Estou mantendo meu trabalho e trago comigo minhas convicções e preferências”, disse.

“Se eu tiver trabalhando a favor de uma causa tenho que me manter disciplinado mas nada me impede de dizer que tenho o mais profundo respeito pela Dorinha, entendo que ela está madura para alçar esse voo sem nenhum prejuízo para as demais pretensões”, disse.

Ele disse como eleitor já teria sua pretensão declarada por Dorinha. “Merecedora de tal feito”, disse. Ele ponderou porém : “tudo está em construção”, comentou.

Ele afirmou que gostaria de estar no mesmo grupo e projeto dela.

“Se eu fosse presidente da República minha ministra da Educação seria a Dorinha”, chegou a dizer.

Cirurgia

Eduardo comentou ainda que terá que fazer uma nova cirurgia este ano. Ele tem limitações por causa da doença como dirigir sozinho, por exemplo. Ele vai retirar uma calcificação chamada de síndrome de Eagle.