Texto: Nielcem Fernandes
Edição: Brener Nunes
“Podemos esperar essa chuva para meados do mês de outubro. A previsão de chuva na capital para essa quinta-feira 21, não passa de especulação”, afirmou o meteorologista José Luiz Cabral, do Núcleo Estadual de Meteorologia da Universidade Estadual do Tocantins (Unitins).
Sem chuva há mais de 130 dias, a previsão divulgada na mídia nacional causou grande expectativa na população palmense, diante disso o Portal Gazeta do Cerrado entrou em contato com o profissional que trabalha há mais de dez anos com a previsão do tempo no Estado para tentar entender as atuais condições climáticas no Tocantins.
“Quem afirmou a previsão de chuva foi uma empresa particular. A previsão de tempo para o Estado do Tocantins está problemática. Apesar dessa entrada de nebulosidade no Estado do Tocantins ter sido significativa, só houve registro de chuva localizada nos municípios de Formoso do Araguaia, Lagoa da Confusão, e Pium na manhã de hoje”, frisou.
De acordo com o pesquisador, essa problemática é inerente ao mês de setembro que é considerado um mês de transição entre o período de seca e o período chuvoso. “Nessa transição os modelos matemáticos de previsão do tempo são as vezes incertos, por isso há uma grande dificuldade em prever a possibilidade de chuva”. José ainda disse que o próximo trimestre já apresenta irregularidade acerca das precipitações.
Do ponto de vista climatológico, uma grande massa de ar quente e seco, presente na região central do Brasil, é a grande responsável pelo longo período de estiagem no Tocantins pois, impede a entrada de umidade “o que acontece é que essa massa perdurou, pois, mais tempo que o previsto, e só veio apresentar sinais de enfraquecimento nesses últimos três dias. Mas isso já era esperado porque o mês de setembro sempre registras os picos mais altos de temperatura em nosso Estado” explicou.
O meteorologista relatou que desde o ano passado as temperaturas máximas estão se elevando cada vez mais. “O sistema inibiu até a chuva sazonal que em nossa região é conhecida como chuva do caju. Este setembro, está sendo anormal em termos pluviométricos, a baixa da precipitação chama a atenção”, ressaltou.
Segundo Cabral, o que ocasionou essa mudança climática em solo tocantinense foi um sistema atmosférico, presente no norte do Estado de Goiás, conhecido como vórtice ciclone de altos níveis. O aumento da atividade desse fenômeno, favoreceu a entrada de umidade no Estado do Tocantins, que não deve perdurar uma semana, e de acordo com a previsão do especialista, podemos esperar por tempo seco e altas temperaturas.
Para análise dos modelos de previsão do tempo, o Núcleo Estadual de Meteorologia conta com um sistema chamado Simeto (http://simeto.unitins.br), que dispõem de um modelo de previsão customizada para os 139 municípios do Tocantins com até sete dias de antecedência “os nossos modelos não apontam chuvas significativas.