Pérola Venâncio

Diante do aumento do preço do combustível e da crise com a falta do insumo em vários postos da capital, a Gazeta ouviu o lado dos motoristas de aplicativos sobre como estão enfrentando este momento. No tocantins, cerca de 3 mil motoristas estão cadastrados nos dois únicos aplicativos de corridas que atuam no Estado: Uber e 99.

Neilton Saraiva, motorista de aplicativo pioneiro de Palmas, afirma que atualmente está sendo um dos piores momentos para quem trabalha na área. De acordo com ele, além da taxa que devem pagar aos App’s, o combustível atualmente consome cerca de 50% do lucro dor quem trabalha com as corridas. Isso aconteceu após os progressivos aumento de preço do insumo. “Já estamos pagando R$ 7,50 no litro, antes a gente gastava apenas 35% de combustível, subiu muito, é a metade do que a gente lucra e não está compensando mais” lamenta o Neiton.

Além disso, para compensar o que antes ganhavam em 8 horas de corridas, muitos motoristas precisaram aumentar seus expedientes para 10 horas de trabalho.

Cancelamento de corridas

O consumidor também é afetado pelos acréscimos. Neilton falou sobre uma das reclamações mais frequentes dos clientes: o cancelamento de corridas. De acordo com ele, a classe passou a selecionar corridas para que não tenham prejuízos “no final do dia isso faz muita diferença pro nosso bolso, a gente entende que é frustrante para o passageiro, mas não dá pra sustentar todas”, afirmou.

Durante o período de quarentena, quando muitas pessoas ficaram desempregadas, o número de motoristas de aplicativo cresceu de forma evidente. No entanto, com a volta das atividades presenciais, muitos motoristas deixaram os aplicativos ou diminuíram suas corridas para ser apenas uma renda extra. De acordo com Neilton, dos 3mil motoristas cadastrados nas plataformas, apenas cerca de 600 estão atuando, ele ressalta também que trabalham com mais de um app.

Na tentativa de amenizar a situação, as plataformas  deram um acréscimo temporário de 5% nos valores das corridas, o que, de acordo com Neilton, não é o suficiente. O motorista afirma também que as plataformas não acompanham o aumento do valor do combustível, que é o mesmo desde 2016.