Febre alta, dores pelo corpo e na região da cabeça, calafrios e o risco de infecção por meningite. Com efeitos similares aos da dengue, a febre oropouche também é causada por um mosquito e desperta a atenção das autoridades da saúde pública: nos últimos anos, houve um aumento dos registros da enfermidade em áreas urbanas brasileiras.
De acordo com Luiz Tadeu Moraes Figueiredo, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP), a doença não é letal, mas pode se tornar um problema para Brasil, Peru e países do Caribe. O professor explica que pessoas infectadas podem propagar o vírus, mas o principal transmissor é o mosquito Culicoides paraensis, conhecido como “borrachudo” ou “maruim”.
“Estamos realizando diagnósticos para localizar lugares onde eventualmente possam ocorrer novos casos”, afirma Figueiredo. Por enquanto, a região amazônica é o local com maior número de casos da doença em humanos. Mas a febre oropouche também já foi encontrada em aves no Rio Grande do Sul e em primatas de Minas Gerais e de Goiás.
Especialistas que estudam a propagação de doenças como dengue, zika e febre amarela indicam que a ação humana está ligada ao surto dessas epidemias. Com a urbanização e a aceleração do desmatamento de áreas rurais, crescem os desequilíbrios ambientais que favorecem a proliferação dos transmissores das enfermidades. É aí que mora o perigo: o mosquito “borrachudo” adapta-se facilmente às cidades.
Em queda
O Ministério da Saúde afirma que o surto de zika diminuiu: se em 2016 foram registrados mais de 170 mil casos, o número despencou para 7,9 mil ocorrências até abril deste ano
Em marcha!
Quantidade de passos diários por habitante de cada lugar
Fonte: Revista Galileu