Apesar de o vírus da zika só ter sido amplamente conhecido no Brasil com a doença se alastrando pelo país entre o ano passado e este ano, a primeira grande epidemia de zika foi detectada em 2007, em Yap, na Micronesia. Desde então, 70 países e territórios já notificaram a transmissão do vírus por mosquitos, sendo 67 delos a partir de 2015. Os dados estão no mais recente relatório de situação sobre zika, microcefalia e Síndrome de Guillain-Barré, divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Conforme a análise, de modo geral a avaliação de risco não mudou. O vírus continua se propagando geograficamente a áreas onde os vetores, como o Aedes aegypti, estão presentes. Além disso, os recentes casos de zika na África destacam a necessidade de se compreender melhor a virologia do surto global. Até agora, surtos da estirpe asiática do vírus zika parecem estar mais associados a distúrbios neurológicos e congênitos do que os casos históricos da linhagem africana. No entanto, devido aos poucos casos conhecidos dessa linhagem, é possível que na verdade essas complicações nunca tenham sido identificadas.

Assim, o relatório afirma que continua a ser crucial sequenciar o zika isolado, particularmente nos casos da África, para entender se realmente houve uma verdadeira mudança nas manifestações clínicas da infecção por zika desde o primeiro surto identificado em 2007.

A OMS avalia que mais estudos entomológicos (sobre mosquitos) devem ser priorizados em regiões recentemente afetadas para compreender a dinâmica da transmissão, informar avaliações de risco localizadas e focar em intervenções de controle de vetores, incluindo o fornecimento de mensagens de promoção da saúde apropriadas.

Microcefalia associada ao vírus

O relatório também aponta que 17 países e territórios reportaram casos de microcefalia e/ou malformação do sistema nervoso central e 18 registraram casos de Síndrome de Guillain-Barré potencialmente associados à infecção pelo vírus zika.

Prevenção

O Aedes é um mosquito que pode transmitir o vírus zika, dengue e chikungunya. Ele vive no interior e nos arredores de domicílios, reproduzindo-se em qualquer recipiente artificial ou natural que armazene água limpa e parada. Para combater esse mosquito, é necessário limpar potes de vasos de plantas e vasilhames na parte externa do domicílio, tampar tanques e caixas d’água, evitar o acúmulo de lixo e desentupir calhas e ralos que impeçam o escoamento de líquidos, além de descartar recipientes em desuso que possam acumular água.

A prevenção é a melhor forma de evitar a infecção por zika, dengue e chikungunya. Para se proteger, a pessoa deve cobrir a pele com roupas de mangas compridas e calças; dormir em locais protegidos por mosqueteiros; e usar telas nas janelas e portas para reduzir o contato com mosquitos. Durante relações sexuais, é importante também a utilização de preservativos para evitar a transmissão por meio de fluidos corporais.

O uso de repelentes também é um meio de prevenção eficaz. No caso de gestantes, a OPAS/OMS recomenda aqueles que contêm o princípio ativo DEET (N N-dietil-3-metilbenzamida), IR3535 (3-[N-acetil-N-butil]-éster etil ácido aminopropiónico) ou Icaridina (ácido-1 piperidinecarboxílico, 2-(2-hidroxietil)-1-metilpropilester). Esses produtos podem ser aplicados na pele exposta e devem ser usados em conformidade com as instruções do rótulo.

Fonte: Agência CNM com informações da Organização Pan-Americana de Saúde