Foto – Polícia Federal

A Polícia Federal divulgou imagens feitas por satélites que mostram a devastação feita por uma quadrilha que explorava e comercializava ouro de forma legal.

O bando foi alvo na manhã desta terça-feira, 5, de mandados de busca e apreensão e uma pessoa foi presa por porte ilegal de arma. Os mandados foram cumpridos no Tocantins, Pará, Minas Gerais e São Paulo.

Nas imagens é possível ver que os criminosos construiam barragens, de onde faziam a extração sem qualquer licença ambiental ou autorização de órgãos competentes, como a Agência Nacional de Mineração (ANM). (Veja no final). 

Conforme apuraram as investigações da Operação Mercúrio, o garimpo funcionava em uma fazenda entre Tucumã e São Felix do Xingu (PA) e a degradação chegou a invadir áreas de reserva ambiental.

Foto – Polícia Federal

A Polícia Federal apontou ainda que a quadrilha lucrava cerca de R$ 300 mil mensais, chegando a movimentar R$ 20 milhões em um ano. As investigações confirmaram ainda que os valores eram utilizados para comprar fazendas e gados nos estados do Pará e Tocantins.

Veja imagens

Foto – Polícia Federal

Entenda o assunto

A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (05/04) a “Operação Mercúrio” que tem como objetivo investigar a exploração/comercialização ilegal de ouro nos Estados do Tocantins, Pará, Minas Gerais e São Paulo.

Aproximadamente 30 (trinta) Policiais Federais dão cumprimento a 06 (seis) mandados de busca e apreensão nas cidades de Araguaína/TO, Tucumã/PA, Uberlândia/MG e São José do Rio Preto/SP, expedidos pela Justiça Federal em Araguaína/TO. Uma pessoa foi presa por porte ilegal de arma de fogo.

As investigações tiveram início no ano de 2018 quando foi identificado indivíduo residente em Araguaína/TO responsável por extrair ilegalmente ouro, sem autorização legal da Agência Nacional de Mineração-ANM. O ouro era extraído em fazendas localizadas no estado do Pará, sendo o produto transportado até a cidade de Araguaína/TO, onde era armazenado e posteriormente levado para o Estado de São Paulo para comercialização em joalherias.

Foto – Polícia Federal

No decorrer das investigações restou comprovado que o lucro líquido do principal investigado em decorrência da extração ilegal de ouro era de pelo menos R$300.000,00 (trezentos mil reais) por mês, bem como parte do proveito do crime era revertido em compras de diversas fazendas nos Estados do Tocantins e Pará.

O objetivo do cumprimento das medidas judiciais é colher maiores elementos de provas que permitam a identificação de todo o fluxo financeiro, da extração a comercialização ilegal de ouro extraído pelos investigados, bem como apurar o dano ambiental causado em decorrência de tais extrações ilegais.

Os investigados poderão responder, na medida de suas culpabilidades, pelos crimes de extração ilegal de minério, usurpação de bens da união, organização criminosa e lavagem de dinheiro, cujas penas máximas somadas podem chegar a 24 anos de reclusão.

O nome da operação “Mercúrio” faz alusão a substância que serve de ímã para grudar os pedaços menores de ouro, tornando-os mais visíveis e fáceis de serem separados, sendo utilizado em larga escala pelos garimpeiros ilegais.

Destaca-se que em razão da Pandemia causada pela COVID-19, foi adotada logística especial de prevenção ao contágio, com distribuição de EPI’s a todos os envolvidos, a fim de preservar a saúde dos policiais, testemunhas e investigados.

*Com informações do G1 TO