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Equipe Gazeta do Cerrado

O Coletivo Feminista de Mulheres Negras do Estado do Tocantins (Ajunta Preta) encaminhou nesta terça-feira, 3, uma nota de repúdio contra uma agressão sofrida por Charleide Matos, presidenta do Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial (CEPIR), no Dia do Trabalhador, enquanto ela confraternizava com seu esposo numa distribuidora no Taquari, região sul de Palmas. (Leia na íntegra no final da matéria).

Segundo o Coletivo, tudo aconteceu quando três viaturas da Guarda Metropolitana de Palmas (GMP) chegaram ao local e tentaram expulsar o marido de Charleide, que ao intervir em defesa do marido, levou dois tapas no rosto.

Ainda segundo a nota do Ajunta Preta, a vítima se identificou e explicou que os agentes da Guarda estavam infringindo uma lei e que tinham direito de estar na distribuidora.

Em gravações encaminhadas à Gazeta do Cerrado, é possível ouvir a confusão que culminou nas agressões. (Assista no final da reportagem). 

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Charleide também fez uma publicação em seu perfil no Instagram, onde diz que questionou o porquê das agressões.

Instagram

“Levei duas bofetadas da polícia metropolitana ontem. Eu e meu namorado estávamos na distribuidora Bom Sucesso no Taquari. A guarda metropolitana chegou e fez uma abordagem violenta no meu namorado e ordenou que ele saísse do local vazado. Eu falei para os policiais que eu e nem ele sairia do local porque não somos bandidos e sim trabalhadores. Também questionei sobre a abordagem violenta, se eles faria isso com as pessoas do centro da cidade, automaticamente levei duas bofetadas na cara e as pessoas que presenciaram a cena humilhante pediram para eles pararem com as agressões. Isso se chama, racismo estrutural. Lamentável essa situação”, disse nas redes.

Guarda afasta agentes 

A Prefeitura de Palmas informou que a Corregedoria da Guarda Metropolitana abriu uma sindicância para apurar os fatos ocorridos na abordagem durante diligência em uma distribuidora de bebidas no Jardim Taquari. Os servidores envolvidos foram afastados das atividades externas até a conclusão da sindicância


Leia na íntegra

REPÚDIO A GUARDA METROPOLITANA DE PALMAS – JUSTIÇA POR CHARLEIDE MATOS!

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Na noite do último domingo (01/05), Dia Internacional das Trabalhadoras e dos Trabalhadores, a membra do Coletivo Feminista de Mulheres Negras do Estado do Tocantins (Ajunta Preta), Charleide Matos, foi covardemente agredida por agentes da Guarda Metropolitana de Palmas enquanto frequentava uma distribuidora de bebidas com seu companheiro no Jardim Taquari, setor sul de Palmas.

De acordo com Charleide, que também é a atual presidenta do Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial – CEPIR e coordenadora-fundadora do Coletivo de Mulheres ‘Casa Pérolas Negras’ localizado no Jardim Taquari, ela e o companheiro estavam confraternizando no estabelecimento quando chegaram três viaturas da Guarda Metropolitana das quais desceram os agentes verbalizando uma série de ofensas racistas ao seu companheiro e mandando que o mesmo se retirasse do local.

Ao intervir em defesa de seu companheiro, Charleide se identificou e explicou que eles não estavam infringindo nenhuma lei e tinham o direito de permanecerem ali na companhia dos amigos. No momento em que resistiu à abordagem violenta dos guardas, Charleide foi brutalmente atingida com dois tapas no rosto.

Infelizmente este não é um caso isolado, mesmo incumbidos de agir em prol da proteção preventiva à vida e ao patrimônio municipal, a Guarda Metropolitana tem protagonizado frequentes cenas de violência contra a população negra e periférica de Palmas. Ainda no início deste ano o Coletivo Ajunta Preta manifestou repúdio contra as agressões cometidas por inspetores da mesma instituição ao jovem Lucas Vinicius na região de Taquaralto.

Diante de mais este caso, o Coletivo Ajunta Preta repudia veementemente a atuação truculenta, machista, racista, classista e criminosa da Guarda Metropolitana e lamenta que nossa companheira Charleide Matos, uma mãe preta, trabalhadora e uma das maiores ativistas em defesa dos Direitos Humanos e da população negra e periférica de Palmas, tenha vivenciado na pele mais esta violência por partes das instituições mantidas pelo poder público para agir em defesa de uma parcela específica da população e em detrimento das pessoas pobres, pretas e marginalizadas.

Na ocasião, nós mulheres negras e feministas que integram o Coletivo Ajunta Preta cobramos a devida apuração do caso pelos órgãos competentes, assim como retratação por parte da Guarda Metropolitana de Palmas.

@cidadedepalmas, @defensoriato, @mpetocantins vão se manter em silêncio e continuar colaborando com a perpetuação dessas violências?

Exigimos justiça por Charleide Matos e punição para os agentes agressores! Pessoas pretas e periféricas têm direito ao lazer e têm direito a ocupar todos os espaços da cidade em segurança!

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