Neste mês foi celebrado o Dia da Literatura Brasileira (1° de maio), momento propício para um alerta dos especialistas: a leitura é fundamental e um dos pilares para o desenvolvimento infantil, além de proporcionar muitas vantagens, como vocabulário amplo, facilidade de aprendizagem, trabalho de perspectivas e muita criatividade.
A pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, coordenada pelo Instituto Pró-Livro em parceria com o Itaú Cultural e realizada pelo Ibope, aponta que o brasileiro lê 4,95 livros por ano e 48% da população diz não apreciar a leitura. Entre as crianças de 5 a 10 anos, a situação é oposta – 48% disseram que gostam de ler.
Em princípio, trata-se de uma boa notícia, porém, nas faixas de idade de 11 a 17 anos, ela começa a cair. O efeito é visto no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), que avalia estudantes entre 15 e 16 anos de 77 países. Metade dos brasileiros têm resultados nível 1 em leitura. Em uma escala de 1 a 6, 1 é o pior índice de desempenho e 6 é o melhor.
O desafio das escolas é ajudar as novas gerações a manter o interesse pela leitura, considera a coordenadora de operações da Escola Canadense Maple Bear em Goiânia, Mariana Siqueira. De acordo com ela, a escola proporciona uma experiência lúdica e prazerosa no contato com os livros, o que oferece diversos benefícios. “A prática da leitura proporciona vantagens que seguirão não somente na infância, mas em todo o crescimento e amadurecimento desses alunos, além é claro das habilidades e funções cognitivas e da apropriação de novas palavras e ideias”, afirma.
De acordo com a coordenadora pedagógica, Izabella Bettinassi, que atua na mesma instituição, a escola realiza um trabalho cuidadoso em relação ao incentivo à leitura. “A Maple Bear tem um trabalho muito cuidadoso em relação ao recurso literário que é oferecido aos alunos. Neste trabalho, a garantia da presença da literatura brasileira é muito forte. Principalmente, na perspectiva do nosso lugar de origem, que é o Brasil. A nossa cultura que expressa de forma tão singular as relações interpessoais, os nossos valores, literaturas que trazem como pano de fundo momentos históricos do país”, afirma ela.
“Em aula, fazemos questão de apresentar aos alunos o contexto histórico dos autores, para que a compreensão da obra seja completa. Temos crianças de 5 anos lendo Chico Buarque de Holanda, em outras idades vivenciando a realidade de Machado de Assis, aprendendo sobre estações do ano a partir da leitura de Cecília Meireles”, completa a coordenadora.
Veja as dicas:
1 – O Frio Pode Ser Quente (Jandira Masur) – O livro, com indicação para as crianças na primeira infância, mostra perspectivas diferentes e que tudo depende do ponto de vista. Tempo e espaço podem mudar de acordo com o olhar. As coisas podem ser grandes ou pequenas, depende de onde se vê. O melhor é conseguir ver dos dois (ou mais) jeitos.
2 – Reinações de Narizinho (Monteiro Lobato) – Um clássico da literatura infantil brasileira, a publicação é de 1931. A obra é a propulsora da série que seria protagonizada no Sítio do Picapau Amarelo. Composta de várias pequenas histórias, algumas são plenamente originais, enquanto outras histórias são combinações utilizando histórias e personagens já conhecidos, como a visita dos personagens do Mundo das Maravilhas, incluindo as princesas Branca de Neve, Cinderela e Aladim.
3 – O Menino Maluquinho (Ziraldo) – O livro é de 1980 e começou como uma série de histórias em quadrinhos que contavam as aventuras de um menino e seus amigos. Os quadrinhos foram publicados até 2007. O livro original inspirou um filme de grande sucesso com as invenções de uma criança alegre e sapeca, “maluquinho”. São cartuns e atividades que descrevem liricamente o sabor da infância.
4 – O Meu Pé de Laranja Lima (José Mauro de Vasconcelos) – Meu Pé de Laranja Lima ou O Meu Pé de Laranja Lima é um romance infantojuvenil, escrito por José Mauro de Vasconcelos e publicado em 1968. Foi traduzido para 52 línguas e publicado em 19 países, adotado em escolas e adaptado para o cinema, televisão e teatro. Este livro retrata a história de um menino de 6 anos chamado Zezé, que pertencia a uma família muito pobre e numerosa. Sua mãe trabalhava numa fábrica e o pai estava desempregado. Passavam por muitas dificuldades, pelo que as irmãs mais velhas tomavam conta dos mais novos e, por sua vez, Zezé tomava conta do seu irmão mais novo, Luís.