Uma iniciativa do Instituto Indígena do Tocantins (INDTINS), a campanha Tocantins Indígena Pela Vida, arrecada doações para possibilitar que representantes dos nove Povos Indígenas do estado estejam presentes no Movimento de Luta Pela Vida que acontecerá no fim de junho, em Brasília. O acampamento é uma mobilização nacional que reúne indígenas de todo o Brasil para lutar contra o Marco Temporal, defendido pelo Governo Bolsonaro.
O Marco temporal é uma tentativa de impedir que novas terras indígenas sejam demarcadas, ele estabelece que os Povos Originários só podem reivindicar os territórios em que estavam, a partir do dia 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal.
A tese do Marco Temporal ganhou força em 2017, com um parecer emitido pela Advocacia-geral da União (AGU) durante o governo do então presidente Michel Temer. A AGU entendeu que o julgamento de um caso específico de uma Terra Indígena valia para todos os outros. Agora o estabelecimento do Marco Temporal será julgado pelo Supremo Tribunal Federal, se aprovado, a medida impedirá que centenas de Povos que lutam por titulação de suas terras consigam a demarcação.
Célio Kanela, primeiro tesoureiro do INDTINS, detalha a relevância de participar da luta contra o marco temporal. “Agora dependemos de uma decisão judicial para afirmar a nossa existência, diante desta situação é que nós povos indígenas de todo o país estamos organizando caravanas para irmos à Brasília acompanhar a votação do Marco Temporal feito pelo Supremo Tribunal Federal, nos ajudem a lutarmos pelos nossos direitos”, declara o ativista.
Como doar
Para doar a campanha basta fazer um depósito na conta do INDTINS:
Banco: 003 (Banco Da Amazônia S/A)
Agencia: 183-0
Conta corrente: 071.431-4.
Instituto Indigenista do Estado do Tocantins
Razões Para doar
Sem demarcação de seu território os Povos Indígenas ficam impedidos de viver sua cultura e de ter acesso a seus direitos básicos, como saúde e educação. Os Povos Indígenas sofreram inúmeros ataques que geraram mortes e expulsões desde a colonização portuguesa, em 1500, 500 anos depois Povos originários que sofreram um genocídio em massa seguem sem direito a seu território e a sua cultura.
Kamutajá Awá, membra do conselho fiscal do INDTINS e pertencente ao Povo Avá Canoeiro, é um exemplo vivo da necessidade de demarcação. Em 1973 seu Povo foi morto e violentamente expulso da sua terra original, por agentes do Estado brasileiro.
Os Avá eram uma nação com centenas de indígenas, mas graças a violência hoje só 38 pessoas do Povo estão vivas. A falta de demarcação impede que as crianças e adolescentes da etnia tenham escolas na aldeia, além de impedir o acesso à saúde e saneamento básico.
No Tocantins além do Povo Avá Canoieiro, o Povo Kanela e o Povo Krahô Takaywrá estão sem demarcação de seus territórios, os Kanelas vivem sem energia e sem água encanada e o Povo Krahô Takaywrá enfrenta recorrentes inundações que fragilizam a saúde dos Indígenas.
O apoio a luta indígena é a única forma de garantir que comunidades historicamente violentadas tenham acesso à dignidade e autonomia, doe para o INDTINS e fortaleça essa luta.