Maju Cotrim

Existe nos bastidores há tempos perguntas diárias sobre o senador Eduardo Gomes. Querem saber se ele vai encampar uma candidatura surpresa ao governo. Se isso, se aquilo.

Todos os dias me perguntam: o Eduardo Gomes será candidato? Eu respondo: ele disse que não e que apoia o Dimas. É o que ele já diz e repete desde março deste ano e já disse inclusive em outras entrevistas á Gazeta.

Fato número 1: Gomes poderia desde o ano passado “cozinhar” seus líderes e apoiadores que acreditam nele mas em todos seus discursos por onde passou pregou União pelo Estado, amadurecimento e suas palavras sempre foram neste sentido. Nunca se colocou acima do processo mesmo sabendo de sua força e credibilidade. A expectativa que ele fosse ou seja candidato a governo se arrasta há anos pela sua forma de fazer política e a consolidação da sua liderança municipalista e nacional o que leva com que muitos ainda não assimilem que ele continuar nas missões em Brasília tenha sido mesmo sua decisão junto com seu grupo.

Se puxar o histórico de eleições dele sobre apoios não há contradições sobre o que foi dito e as ações. Fato número 2: Gomes sempre foi de grupo mesmo sendo o líder dele muitas vezes. Sempre foi de dialogar mesmo com tantas arestas para aparar em cada cenário eleitoral.

Quem tentar entender o ser político Eduardo Gomes pelas relações institucionais vai viver criando conjecturas todos os dias porque a maturidade faz com que ele mantenha suas posições políticas mas sem revanchismos ou atuações para atrapalhar governos, métodos que alguns no Estado já usaram.  Talvez esperem dele uma postura oposicionista que não lhe é natural pelo seu jeito político.

Em 2020, escolheu Cínthia, compôs com ela e a apoiou do início ao fim num apoio integral.

Mas ele apoia Dimas ou não? Ele assumiu publicamente que sim: “eu vou votar no Ronaldo Dimas” em março deste ano em Wanderlandia. Já repetiu em outras ocasiões, já fez aniversário junto com Dimas, se filiou junto com ele no PL. Mas isso pode mudar? A política como todos já sabem é dinâmica mas até hoje 9 de junho de 2022 a posição declarada de Gomes é essa. Política é um processo e não mágica. É estratégia mas não um jogo de sorte.

Fato número 3: até as convenções esse é o momento propício de diálogo, análises, construções e tudo mais.

A ânsia pelo tal “fato novo” ou por uma declaração bombástica que venha mudar o curso e ritmo atual da pré campanha são latentes mas por uma questão de nexo quem é da área política sabe que um movimento assim não é relâmpago…. Se acontecer algo que mude o curso será fruto do cenário que se tem agora e reflexo dele mesmo.

Muitas vezes os bastidores especulatórios tentam pautar o jornalismo político profissional daí se criam contextos que não se refletem na prática e o que já foi dito e repetido volta á tona como se fosse fato novo que no caso de Gomes só seria se ele tivesse mudado sua posição o que nada conheceu até o momento. O posicionamento atual de Gomes já está dado há meses só não ouve ou finge que ele está em silêncio quem opta por ignorar os fatos atuais.