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Lucas Eurilio
A Justiça Federal determinou algumas medidas contra o ex-secretário estadual de Saúde, Edgar Tolini, a sua esposa Thaís Carvalho Costa e o pai dela Geraldo Carvalho. investigados na Operação Voo de Ícaro, da Polícia Federal. (Veja mais abaixo quais).
Segundo as investigações, Tolini teria usado até UTIs aéreas para viagens particulares com a esposa. Ainda há a suspeita de que os desvios teriam sidos usados para comprar/construir casas de alto padrão em condomínio de luxo.
Também existe a suspeita de movimentação financeira no exterior. Segundo um trecho da decisão a qual a Gazeta do Cerrado teve acesso, uma conta foi criada em Portugal, com o nome de Thaís de Carvalho Costa, esposa de Edgar Tolini.
“Foi consignado nos autos a criação de uma conta bancária em Portugal em nome da investigada Thaís de Carvalho Costa, além de registros de transferência internacional no valor de R$ 1.406,16, seguida da informação prestada por ela sobre a possibilidade de transferir valores de até $ 50.000,00 por mês. Ainda, consta dos autos que Luiz Edgar Leão Tolini teria solicitado simulação de crédito habitacional internacional em nome da esposa, o que demonstra a intenção do casal de adquirir bens no exterior, para muito possivelmente, fixar domicílio naquele país”.
Em outro trecho, a Justiça diz que há indícios de que o casal tinha intenção em adquirir imóveis em outros países.
“Nesse contexto, é certo que os indícios obtidos até o momento indicam a intenção dos investigados Luiz Edgar Leão Tolini e Thaís de Carvalho Costa, em adquirir
imóveis no exterior e, por óbvio, realizarem viagens internacionais ou até mesmo fixar residência em outros países, o que, caso consumado, poderá servir como destino de recursos
eventualmente recebidos a título de propina ou desviados pelos investigados, além de obstar o andamento das investigações e eventual instrução criminal”.
Conforme a decisão que é assinada pelo juiz federal João Paulo Abe, o total de R$ 13.780.681,70 do ex-secretário, de sua esposa Thaís de Carvalho Costa e seu pai Geraldo de Carvalho foram bloqueado, valor do prejuízo causado aos cofres públicos.
A investigação aponta ainda indícios de pagamento de propina que teriam sido supostamente pagos pelo aluguel de onde funcionava o Hospital Estadual de Combate à Covid-19.
Segundo o inquérito, as aeronaves teriam sido fornecidas pela Brasil Vida Táxi Aéreo, que assinou um contrato com R$ 20.886.300 entre os anos de 2020 e 2021 com o Governo do Tocantins. (Confira nota da empresa no final da reportagem).
Conforme trecho da decisão, o inquérito aponta também indícios de que Tolini, Thaís e Geraldo estariam se apropriando de ativos oriundos de esquemas criminosos, montados na pasta da Saúde.
“A informação em comento aponta indícios de que o referido secretário e sua família estariam se apropriando de ativos oriundos de esquemas criminosos montados na pasta estadual da Saúde do Tocantins para desviar recursos por meio de contratos públicos, como aquele já investigado na Operação “Cama de Tut”, ocultando ou dissimulando estes ativos em nome de terceiros. Os elementos informativos já disponíveis apontam para a possível ocorrência de crimes tipificados no atrigo 312 do Código Penal e no art. 1° da Lei 9.613/1998″.
A Gazeta do Cerrado ainda tenta contato com os advogados dos citados na reportagem e ressalta que o espaço está aberto para posicionamento.
Veja todos os detalhes sobre a operação no final da reportagem
Gazeta do Cerrado apurou também nesta quarta-feira, 20, que entre as medidas impostar pela Justiça estão:
Proibição de se ausentar do País;
Bloqueio e Indisponibilidade de Bens;
Afastamento do sigilo bancário e fiscal;
Empresa de táxi aéreo se posiciona
A Brasil Vida Táxi Aéreo LTDA esclareceu que não é investigada na operação da Polícia Federal e que forneceu uma cópia dos seus servidores de forma a colaborar com as investigações policiais.
Disse também que todos os voos foram realizados mediante solicitação do Governo do Tocantins, com base em contrato firmado com o referido Ente, e com a emissão das devidas notas fiscais. A empresa continua à disposição para colaborar com as investigações.
O que diz a SES-TO
Acerca da Operação Policial deflagrada na manhã desta terça-feira, 19, sobre supostas fraudes em contratos para transporte aéreo na Saúde do Tocantins, que cita um ex-gestor da Pasta, a Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) informa que até o momento a Pasta ou seu atual gestor não foram demandados sobre o assunto.
A SES-TO afirma que está à disposição das autoridades para prestar eventuais esclarecimentos pertinentes à Pasta.
Por fim, a SES-TO reafirma o compromisso da gestão pelo zelo na prestação dos serviços públicos de saúde à população tocantinense.