Foto – TV Anhanguera/Divulgação

Em março de 2002, Charles Philip Arthur George, o então príncipe Charles, pousou no aeroporto de Palmas para visitar projetos ambientais, povos indígenas e regiões importantes do Tocantins. Nesta quinta-feira (8), quando ele assumiu o trono britânico após a morte da mãe, a rainha Elizabeth II.

Charles assumiu o trono britânico nesta quinta-feira (8) após a Rainha Elizabeth II morrer, aos 96 anos, no castelo de Balmoral, na Escócia. O anúncio foi feito pelos canais oficiais da família real. Mais longeva monarca britânica da história, ela passou 70 anos no poder, atravessou crises e guerras e virou ícone pop.

Rainha Elizabeth II no Castelo de Windsor, Inglaterra, em junho de 2021 — Foto: Chris Jackson/Pool via AP/Arquivo

Rainha Elizabeth II no Castelo de Windsor, Inglaterra, em junho de 2021 — Foto: Chris Jackson/Pool via AP/Arquivo

Charles tem 73 anos e é o monarca mais velho a iniciar um reinado na Inglaterra. Quando visitou o estado mais novo do Brasil, o então príncipe de Gales estava com 53 anos. Ele pousou no aeroporto Brigadeiro Lysias Rodrigues, em Palmas, às 14h35.

De lá, o monarca partiu de helicóptero para a Ilha do Bananal, a maior ilha de água doce do mundo, situada na região sudoeste do estado.

Charles foi recebido pelo governador do Tocantins na época, José Wilson Siqueira Campos e outros políticos. Eduardo Siqueira Campos, filho do então governador era senador em 2002 e também estava na comitiva de recepção.

“Teve todo um protocolo para estar ao lado dele. Foram dias de investigação, informações. Lembro que não podíamos iniciar uma conversa com ele, tínhamos que esperar que ele dissesse alguma coisa, que ele puxaria um diálogo. Tinha um protocolo rígido para seguir”, lembrou Eduardo Siqueira, que hoje é deputado estadual.

Príncipe Charles ao lado do ex-governador Siqueira Campos  — Foto: TV Anhanguera

Príncipe Charles ao lado do ex-governador Siqueira Campos — Foto: TV Anhanguera

A visita

 

Em 2002, durante a visita ao Brasil, o príncipe Charles primeiro desembarcou no Rio de Janeiro e esteve na Casa de Cultura de São João de Meriti, conhecendo o Projeto “ACTION Aid”. Depois ele embarcou na Base Aérea do Galeão e chegou em Palmas por volta das 14h.

Da capital do Tocantins a comitiva seguiu para a Fazenda Javaés, na Ilha do Bananal. O príncipe fez um passeio de barco pelo Rio Araguaia e visitou o Centro de Pesquisas Ecológicas Cangaçu, no Parque Estadual do Cantão.

Charles visitou projetos ambientais na Ilha do Bananal e Parque do Cantão — Foto: TV Anhanguera

Charles visitou projetos ambientais na Ilha do Bananal e Parque do Cantão — Foto: TV Anhanguera

Durante a visita ele conheceu um projeto de sequestro de carbono e participou do lançamento do projeto de preservação das tartarugas amazônicas.

“Ele passou sete horas em território tocantinense. Depois de visitar o projeto a gente foi para aldeia, onde ele foi recebido com festividade pelos índios. Ficou encantado com as danças. Foram oferecidas coisas que o próprio governo preparou, bolos de mandioca, de milho, amor perfeito [biscoito tradicional do Tocantins], mas ele gentilmente não ingeriu nada”, contou Eduardo Siqueira.

Príncipe Charles sendo recebido no Aeroporto de Palmas — Foto: TV Anhanguera

Príncipe Charles sendo recebido no Aeroporto de Palmas — Foto: TV Anhanguera

O deputado conta que o príncipe foi responsável por tornar o aeroporto de Palmas internacional e diz que chegou a conversar com monarca. “Quando ele estava na canoa, ele me fez perguntas sobre como eram tabloides brasileiros com relação a vida do político. Falei que não era tão ruim quanto lá”, contou.

No final da tarde o então herdeiro da coroa britânica voltou ao aeroporto de Palmas de onde embarcou para Veracruz, no México.

Em foto de outubro de 2021, Camilla, a duquesa da Cornualha, e o príncipe Charles acenam ao deixar uma cerimônia em Cardiff. — Foto: Jacob King/Pool via Reuters

Em foto de outubro de 2021, Camilla, a duquesa da Cornualha, e o príncipe Charles acenam ao deixar uma cerimônia em Cardiff. — Foto: Jacob King/Pool via Reuters

Por Jesena de Jesus e Patrício Reis/ g1 to