Foto Divulgação/HGP

Em vistoria realizada nesta quarta-feira, 8, no HGPP – Hospital Geral Público
de Palmas, a Defensoria Pública do Estado Tocantins (DPE-TO) constatou
diversas irregularidades no setor de neurocirurgia, como falta de
profissionais médicos, equipamentos, insumos, e ainda teve acesso à lista do
Núcleo Interno de Regulação (NIR) que indicava que 138 pacientes internados
aguardam cirurgia. Durante a vistoria, feita pela equipe da 30ª Defensoria de
Saúde da Capital e do Núcleo de Defesa da Saúde (Nusa), alguns pacientes
relataram que estão esperando por procedimentos cirúrgicos há mais de 03 meses.

Foi constatado que o quantitativo de médicos é insuficiente para a demanda,
com apenas 7 profissionais, sendo que seis cumprem carga horária de 40 horas e
um de 20 horas, e como nos Hospitais de Gurupi e Araguaína, com dois e três
profissionais, respectivamente, também o número é insuficiente, a demanda do
interior é direcionada para Palmas.  Alguns pacientes também relataram que
durante o período noturno não há médico de plantão no setor, e ficam apenas
duas enfermeiras responsáveis  pelo setor.

Os profissionais médicos também relataram que não estão conseguindo trabalhar
com a sobrecarga e com realização de plantões excessivos. Um médico indicou
que está responsável por 43 pacientes. Há também a falta de anestesiologistas
para a realização de cirurgias. Na data da vistoria, o HGP contava apenas com
dois profissionais para todo o hospital.

Foi informado ainda que a indisponibilidade de materiais é constante e que a
cada dia falta um item para realização de cirurgias, além de que os aparelhos
utilizados na realização dos procedimentos estão velhos e desgastados, e
acabam quebrando durante as cirurgias. Alguns pacientes relataram que chegaram
a ficar em jejum para realizar os procedimentos, chegaram a ir ao centro
cirúrgico, no entanto, retornaram sem realizar a cirurgia.

“Os problemas constatados na vistoria não são recentes. Em 2015, nós da
Defensoria Pública em atuação conjunta com Ministério Público ajuizamos uma
Ação Civil Pública para que o Estado viabilizasse a realização dos
procedimentos da neurocirurgia em favor dos pacientes que se encontravam
internados no Hospital Geral de Palmas com risco de agravamento do quadro
clínico e óbito. Verificamos que o problema persiste e que 138 pacientes estão
nessa situação, além dos problemas de falta de médicos, equipamento e insumos.
A partir dessa vistoria e das informações coletas, vamos verificar qual
providência será adotada para regularização dos procedimentos de
neurocirurgias”, destacou o defensor público Arthur Luiz de Pádua Marques.