Com a aprovação pela Câmara dos Deputados da Lei que prevê a transposição do Rio Tocantins para a bacia do São Francisco, o texto agora tramita no Senado Federal. O Portal Gazeta do Cerrado inicia uma série de reportagens sobre a Transposição do Rio Tocantins. O projeto está em análise pela Câmara dos Deputados, em Brasília, e prevê um percurso de 733 quilômetros de interligação entre o Rio Tocantins e o Rio Preto, na Bahia, que está vinculado na bacia do São Francisco.
O maior rio da região Nordeste vem morrendo nas últimas décadas principalmente pela ação humana.
De acordo com o engenheiro e professor do curso de Engenharia Ambiental da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Fernán Vergara, acredita que não seria o Rio Tocantins que salvaria a bacia do São Francisco, pois o problema é o aumento da demanda hídrica é uma degradação de suas nascentes. “Não acredito que que uma transposição acabaria com as águas do Rio Tocantins, mas pode comprometer uma série de usos em expansão na região como a irrigação e o abastecimento humano”, diz o professor.
A situação do nosso Rio já não é das melhores. Vergara diz que, atualmente o Rio Tocantins desde a barragem de Serra da Mesa até a cidade de Imperatriz (MA), tem apresentado vazões muito baixas, comprometendo o abastecimento hídrico da cidade maranhense.” Isso demonstra que grandes derivações podem sim comprometer outros usos da bacia”.
Fernán acredita que não seja necessária uma transposição. “A revitalização de nascentes na bacia do São Francisco e um programa de uso racional da água poderiam ter um efeito muito mais eficiente e duradouro”, explica.
Impactos e consequências
Vergara relata que uma obra de transposição é faraônica. Esta prevê 220 quilômetros de adutoras, para transpor a Serra Geral até a a Bahia, com um altíssimo consumo de energia. Depois haveria o impacto ambiental provocado por essa adutora, cortando propriedades, estradas e até outros cursos d’Água. “Não vi nenhum estudo que comprovasse que o volume captado por essa transposição seja suficiente para resolver o problema do São Francisco”, afirma.
Governo
A Gazeta do Cerrado fez algumas perguntas a secretária Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Luzimeire Ribeiro, que afirmou que o posicionamento do Estado é no mínimo temerário. “Não houve nenhum estudo técnico que mostre a viabilidade econômica, social e ambiental deste projeto. Ou seja, um projeto dessa magnitude necessita de um estudo técnico bem elaborado e consolidado parque se tenha uma previsão de impactos positivos e negativos”, explica.
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