Maju Cotrim- Editora Chefe Gazeta

Desde que tomou posse em janeiro o segundo governo de Wanderlei Barbosa, o curraleiro, fez vários gestos semânticos políticos que dão o tom nestes primeiros 100 dias desta nova “etapa” de gestão.

Tudo começou na posse com um discurso claro de pacificação política em prol do Estado num gesto de buscar união dos poderes e políticos nesta gestão. 2º ponto: as eleições pacificadas na Assembleia Legislativa com as bençãos do governo comprovou o terreno totalmente favorável no campo político na Casa com uma conta de quase todos os parlamentares como aliados atualmente.

Uma base política grande traz também um esforço enorme para acomodação dos aliados e o governador até hoje está neste malabarismo para atender aliados. Como ele mesmo disse á Gazeta há algumas semanas no Bico : “missão árdua”. Eis aí um desafio que sempre será recorrente: manter essa relação com a “hiper-base”.

Outro desafio: “conter” a ansiedade na base para as antecipações das eleições municipais principalmente na capital. Ele disse que não é momento desse assunto mas enquanto isso aliados interessados já se movimentam! Ele disse á Gazeta que na hora certa na base do diálogo “tudo será definido em conjunto”. Vamos ver…

Governo Lula e bancada

Nestes 100 dias o governador também se aproximou do governo federal indo todas as vezes que chamado ás agendas e até já recebeu ministro no Tocantins. O Estado não vai se afastar da gestão federal e ganha muito com isso!

Em Brasília, Wanderlei trabalha a unidade também na relação com a bancada federal se aproximando dos parlamentares inclusive do senador Eduardo Gomes de quem reafirmou a amizade de longas datas. Atualmente ele tem como único opositor o senador Irajá.

Representatividade

Nestes primeiros meses outro aspecto marcou a gestão Wanderlei: a representatividade com a efetivação das pastas da Mulher e dos Povos Originários e Indígenas comandada pela líder indígena Narubia Karajá. Nesta “reforma” de pastas Wanderlei seguiu o estilo do governo federal e poderia inclusive, como sugestão, criar também a pasta de Igualdade Racial que num estado com mais da 70% da população negra iria consolidar políticas de combate ao racismo alinhada com o trabalho desenvolvido pela ministra Aniela Franco. Há necessidade e espaço para isso!

A recriação da secretaria da Cultura sob o comando do mestre Tião Pinheiro também foi medida acertada que trará frutos importantes para essa merecida área!

Vice

Nestes cem dias Wanderlei buscou também dar demonstrações públicas de valorização do vice Laurez Moreira, quem inclusive tem tido papel importante na gestão.

Dentre expectativas e perspectivas

Mas se o governo Wanderlei tem muitas expectativas ele também tem perspectivas e obrigação de transformar esse cenário favorável num momento ímpar para o Estado com relação a soluções e obras. Isso exige maturidade não só nos discursos mas na prática.

Outro aspecto importante coroa estes 100 dias: a liberação para contratação de R$ 1 bi para melhorar as rodovias do Estado. O valor, que obteve garantia da União, será destinado ao Plano de Pavimentação, Recuperação e Conservação das Rodovias. Essas obras serão uma das marcas da gestão e prometem levar asfalto a lugares que aguardam desde a criação do Estado.

Wanderlei faz questão de trabalhar aos finais de semana e registrar os encontros com populares sempre conversando com moradores e no estilo “simplao”. Gosta de estar no interior e começou uma maratona nos municípios ouvindo a população cara a cara. Já se posiciona como líder do seu grupo o que exige não só concessões mas principalmente tomar as decisões difíceis também. Na avaliação do experiente Avelino, Wanderlei está sabendo nas palavras dele: “conduzir com maestria”…

Agora vem aí Reforma da Previdência, a expectativa sobre os 25% dos servidores e a busca pela concretização de tantos compromissos feitos! A gestão se relaciona bem com as categorias de servidores, está fazendo um dos concursos mais esperados da Educação e promete diálogo até o fim nos assuntos espinhosos.

O cenário e relações políticas estão favoráveis, áreas e projetos prioritários estão desenhados, o modelo de governar está definido então agora é acompanhar e torcer para que o Tocantins dê um salto de gestão na saúde, educação e infra, na economia e principalmente no social! Aliás esse é outro desafio que o governo tem: retomar ou criar projetos sociais para combate á fome e vulnerabilidades! Abranger o braço social do governo neste momento em que a fome assola o interior do Estado!


Wanderlei fez canetadas de exonerações, fez ajustes e já selecionou com quem quer trabalhar. Cobra resultados e que o Palácio seja aberto para a população do Estado. “Estamos aqui para servir as pessoas”, disse num discurso.

Como grita o vereador Padeirinho sempre que Wanderlei é anunciado num discurso: “arrocha curraleiro”. 100 dias já foram mas há muito desafio pela frente e com traquejo administrativo e visão política o Tocantins tem muito para evoluir!