Mais uma vez, a violência no campo chama a atenção da sociedade brasileira. Desta vez, a vítima foi Valdinez, trabalhador rural da Gleba Tauá, em Barra do Ouro. Na segunda-feira, dia 17, quando voltava da colheita, Valdinez foi brutalmente agredido por capangas da fazenda. Fortemente armados, os agressores foram para cima do agricultor, que segurou ao volante para escapar da emboscada. Os pistoleiros abriram a porta do passageiro e agrediram Valdinez com chutes e socos. Uma trabalhadora, que estava no banco do carona do carro de Valdinez, desmaiou devido à violência da ação.
Segundo informações da Comissão Pastoral da Terra (CPT), somente a Gleba Tauá, nos últimos seis meses, registrou 31 boletins de ocorrência, mas até o momento nada foi feito pelas autoridades competentes para investigar e resolver a situação. As 60 famílias da Gleba Tauá estão coagidas, as crianças não têm coragem de ir à escola, quem está fora não consegue entrar e quem está dentro não consegue sair. Os capangas pistoleiros fortemente armados continuam vigiando e aterrorizando os trabalhadores e trabalhadoras rurais.
A Gleba Tauá é uma área pública que aguarda decisão da Justiça Federal acerca da competência. O grileiro de terras Pedro Amaro e seus capangas são acusados de queimar os barracos de palha das pessoas que ali vivem e buscam, por meio da agricultura familiar, garantir o sustento das suas famílias. A Comissão Pastoral da Terra (CPT) denunciou a ação de Pedro Amaro e seus capangas, mas as autoridades competentes ainda não tomaram medidas para proteger a vida dos homens, mulheres e crianças ameaçados.
Diante desta situação de violência e insegurança, o Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Tocantins (PT-TO) repudia a ação violenta mantida na Gleba Tauá e solicita uma imediata ação das autoridades competentes para garantir a segurança das famílias aterrorizadas. É preciso que o Governo do Tocantins, a Secretaria de Segurança Pública e Polícia Civil tomem as atitudes cabíveis e investiguem as graves violações de direitos humanos, ameaças e agressões cometidas na Gleba Tauá.
A Polícia Militar também precisa destacar equipes para a guarda ostensiva dessas famílias, uma vez que os jagunços fazem ameaças em todos os horários do dia e da noite, impedindo inclusive o direito de ir e vir das pessoas. As autoridades precisam agir rapidamente para garantir a segurança e a integridade física das pessoas que vivem na Gleba Tauá e evitar que mais vidas inocentes e trabalhadoras sejam perdidas.