A morte de Aurilene Lima da Silva, de 41 anos, em uma Unidade de Pronto Atendimento na região sul de Palmas, na última segunda-feira (8), trouxe à tona a discussão sobre o sistema de regulação do Hospital Geral de Palmas (HGP), que já havia sido alvo de polêmicas em 2022. Durante uma entrevista, os secretários de saúde do município e do estado debateram a responsabilidade de cada um no atendimento dos pacientes.

De acordo com o secretário de saúde de Palmas, Thiago Marconi, o município tentou fazer a regulação da paciente por três vezes, antes da morte. Ele explicou que o tratamento ofertado na UPA é ambulatorial e, como a situação da paciente exigia um tratamento mais completo, deveria ser feito pelo hospital de referência. Segundo Marconi, pela resolução do Ministério da Saúde, esses pacientes deveriam ser regulados para o hospital em até 24 horas.

Já o secretário de Estado da Saúde, Afonso Piva, afirmou que a UPA de Palmas deveria ter estrutura para estabilizar os pacientes até a liberação de vagas no HGP. “É uma UPA de porte 8. Então ela teria que ter uma sala de estabilização e deveria atender esse paciente até liberar a vaga no HGP. É o porte da UPA. Eles recebem recursos para isso”, explicou Piva.

Durante a entrevista, Piva também destacou que o sistema de regulação tem permitido observar tipos de pacientes que não deveriam ir para o HGP, como é o caso de pacientes ortopédicos que não precisam de cirurgia. Ele afirmou que 50% dos pacientes que chegam da UPA vão embora em 24 horas, o que mostra que deveriam ser tratados pelo município. “Quando vem um paciente sem necessidade para o HGP, eu tiro a oportunidade de pacientes igual essa senhora, que talvez por essa falta de leitos deveria estar no HGP. O HGP não atende só pacientes de média e alta complexidade, o HGP está mostrando isso”, afirmou Piva.

Ambos os secretários afirmaram que estão trabalhando para aumentar o número de leitos em suas redes hospitalares. O município abriu credenciamento para hospitais e clínicas atenderem pacientes ortopédicos de menor complexidade. A previsão é de que isso deva acontecer em até dez dias. “Casos menores a gente vai conseguir resolver diretamente. A gente vai fazer essa regulação do município para os hospitais credenciados”, afirmou Marconi.

Entenda

A morte de uma paciente na Unidade de Pronto Atendimento da região sul de Palmas (UPA Sul) tem gerado questionamentos sobre o sistema de regulação do Hospital Geral de Palmas (HGP). Aurilene Lima da Silva, de 41 anos, procurou atendimento médico na madrugada de domingo (7) com dores no estômago, mas depois de retornar à unidade com as mesmas queixas e três tentativas de transferência para o HGP, ela não resistiu e faleceu. A família, que foi informada sobre uma suspeita de dengue hemorrágica como causa da morte, busca por justiça diante do ocorrido.