Um incidente ocorrido na manhã de sexta-feira, 19 em Araguaína, no norte do Tocantins, resultou na internação de um menino de dois anos e nove meses após ele ingerir acidentalmente soda cáustica. Inicialmente atendido na Unidade Pronto Atendimento Infantil (PAI), ele foi posteriormente transferido para o Hospital Regional de Araguaína. No entanto, a família do paciente alega demora no atendimento e falta de pediatra na unidade estadual.

A mãe do menino, que optou por não ser identificada nesta reportagem, relatou que estava se preparando para fazer um sabão caseiro quando utilizou um recipiente para medir a quantidade de soda necessária. Após lavar o recipiente, ela o deixou na pia da cozinha. A criança, ao entrar na cozinha vinda da sala, pegou o recipiente e ingeriu a pequena quantidade de água que havia sobrado nele.

Devido ao mal-estar e às dores apresentadas pelo menino, ele foi levado ao PAI e, posteriormente, transferido para o hospital para realizar uma endoscopia. A família alega que aguardou o atendimento do pediatra durante todo o sábado (20) no Hospital Regional de Araguaína. O exame foi realizado apenas no início da noite, quando uma sonda foi inserida para a drenagem de líquidos. No entanto, a sonda acabou saindo e não foi recolocada até a manhã de domingo (21).

A mãe explicou que a médica responsável pela endoscopia informou que o menino não poderia ficar sem a sonda e que era necessário drenar qualquer material remanescente no esôfago. No entanto, assim que retornou ao quarto, a sonda se desprendeu quando o menino espirrou. A equipe informou à família que um pediatra precisaria reavaliar a situação, mas o profissional já havia encerrado seu expediente, deixando-os à espera de outro médico.

A família reclama da demora e afirma que o menino está sem se alimentar há quase 48 horas. Eles alegam que é necessário ligar repetidamente para que um pediatra seja enviado. Até as 10h30 da manhã deste domingo, o profissional ainda não havia chegado. Apesar disso, a família relata que o estado do menino é estável e que ele está consciente, embora chore bastante quando o efeito dos medicamentos passa.

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) negou a falta de pediatra na unidade e afirmou que a criança está sendo atendida por uma equipe multidisciplinar. O caso continua sendo acompanhado pela família, que espera pela chegada de um médico especializado para prestar o devido cuidado ao menino.

O que diz a Secretaria de Estado da Saúde

A Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) informa que o referido paciente foi acolhido no Hospital Regional de Araguaína (HRA) para realização de exame especializado e segue sob assistência da equipe multiprofissional da unidade.

A SES-TO destaca que há pediatra plantonista na unidade e a mesma vai reavaliar o paciente e prestar os cuidados ao mesmo, bem como os esclarecimentos necessários aos familiares.