A Secretaria Municipal da Saúde (Semus) faz o alerta para a circulação na Capital do vírus que causa a doença mão-pé-boca que afeta especialmente bebês e crianças. A enfermidade apresenta febre alta como primeiro sintoma, seguido de lesões dentro e ao redor da boca e bolhas dolorosas na pele, nas mãos, nos pés, faringe e laringe. Também pode manifestar falta de apetite, mal-estar, dor de garganta, vômitos, diarreia, dificuldade de engolir e muita salivação.
A transmissão da doença acontece ao aspirar o ar contaminado depois que uma pessoa infectada espirra ou tosse, assim como tocar em secreção do nariz (muco) e/ou garganta (escarro) de uma pessoa com o vírus e depois tocar nos próprios olhos, nariz e boca. A contaminação também pode ocorrer ao tocar em objetos como brinquedos, maçanetas, materiais escolares, mobiliários, entre outros que tenham a presença do vírus.
Por ser altamente contagiosa e se espalhar rapidamente em escolas, creches e berçários, o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) da Semus tem acompanhado e realizado visitas nas instituições educacionais para alertar sobre a doença e monitorar os casos notificados e confirmados já apresentados para conter a propagação do vírus em Palmas.
O diagnóstico é clínico e normalmente apresenta uma melhora espontânea de 3 a 7 dias após os primeiros sintomas. O tratamento é feito com analgésicos, antitérmicos e, em alguns casos, pode ser necessária a realização de hidratação. Normalmente a doença não apresenta gravidade, mas uma pequena proporção de crianças pode apresentar sinais mais alarmantes. A Semus recomenda que os pais fiquem atentos e procure a sua Unidade de Saúde da Família (USF) de referência para atendimento.
Surtos da doença
O Ministério da Saúde (MS) emitiu uma nota técnica (Nº 16/2023) informando a detecção de surtos da doença mão-pé-boca em alguns estados do Brasil, dentre eles São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e, recentemente, Goiás. A área técnica da Coordenação de Doenças Infecto Contagiosas da Semus acredita que o surto da doença no estado vizinho tenha antecipado a propagação do vírus em Palmas, já que nos anos anteriores a enfermidade era mais comum no segundo semestre.
Em razão dessa antecipação, os profissionais de saúde das USFs já foram informados dos possíveis surtos que podem surgir com a circulação do vírus na cidade. Além disso, também receberam as recomendações e medidas de prevenção necessárias durante e após os atendimentos.
Araguaína
A síndrome mão-pé-boca aparece com mais frequência entre os meses de março e junho, e causa pequenas lesões dolorosas dentro da boca, na palma das mãos e nos pés, podendo também atingir joelhos, braços, pernas e região genital. A doença é causada pelo vírus Coxsackie e tem maior incidência em crianças pequenas.
Nos últimos dias, a Secretaria da Saúde de Araguaína registrou casos de mão-pé-boca em crianças com idade de zero a quatro anos, o que abre um alerta para sintomas e prevenção. Buscando orientar sobre a doença, a Vigilância Epidemiológica recomenda que, diante de qualquer suspeita, pais e responsáveis deverão procurar o serviço de atendimento médico em uma UBS (Unidade Básica de Saúde) para que a criança seja examinada.
“Em parceria com as escolas e UBS, estamos monitorando os casos, mas é importante que toda criança que apresente sintomas seja avaliada em uma unidade básica de saúde. Com o diagnóstico é possível notificar e orientar a família sobre os cuidados para amenizar a dor e reduzir as chances de contágio”, orienta a coordenadora de doenças, Iray Lopes.
Sinais e sintomas
Em contato com a doença, a criança pode apresentar alguns sintomas como febre alta, mal-estar e dor de garganta. Nesse período, também surgem erupções bolhosas pelo corpo, principalmente nas mãos, nos pés e em volta da boca.
Para a médica Pollyana Reis, que atua em dermatologia, a transmissão da mão-pé-boca acontece por meio do contato com saliva, secreções de crianças infectadas, objetos e superfícies contaminadas.
“É uma doença altamente contagiosa e geralmente acomete crianças com menos de seis anos, porque, nessa idade, elas ainda levam as mãos e objetos à boca, o que facilita a transmissão”, explica. Ainda conforme a profissional, os sintomas costumam durar até 10 dias, porém, a criança infectada pode ainda transmitir o vírus pelas fezes por até quatro semanas.
Tratamento
Para o tratamento, é recomendado o uso de anti-inflamatórios ou analgésicos para controlar a dor e febre, e anti-histamínico para controle da coceira. Como a doença é autolimitada, ou seja, possui começo, meio e fim, o tratamento tem apenas o intuito de aliviar os sintomas. Enquanto a criança estiver doente e com sinais da síndrome, a mesma deve ficar em casa, afastada da escola e de outras crianças, para evitar a transmissão da doença.
Alimentação
As lesões causadas pela síndrome mão-pé-boca são muito dolorosas, principalmente na região da boca e garganta. Por conta disso, a criança que não se alimenta pode ter uma desidratação.
“Para evitar, o recomendado é oferecer à criança alimentos frios e mais pastosos, para facilitar a deglutição. Manter a criança hidratada e sempre oferecer água e sucos de frutas não ácidas são outros cuidados essenciais para uma boa recuperação”, orienta a médica Pollyana.
Cuidado nas escolas
Além das ações de higiene já adotadas nas escolas e creches municipais de Araguaína, a Secretaria da Educação de Araguaína também monitora possíveis doenças que possam surgir em diferentes épocas do ano. Com relação à síndrome mão-pé-boca, os casos suspeitos são notificados e encaminhamos para a Vigilância Epidemiológica do Município.
“O trabalho integrado das secretarias é muito importante, pois é a partir dessa comunicação que elaboramos ações de prevenção e orientação aos professores, pais e alunos. Estamos em alerta a qualquer situação que envolva a saúde e o bem-estar das crianças”, destacou a secretária da Educação, Elisângela Silva.
Prevenção
Como ainda não existe vacina contra a doença mão-pé-boca, a Secretaria da Saúde de Araguaína ressalta que a melhor forma de combater a doença é a prevenção. É preciso que a família da criança redobre os cuidados, principalmente durante as trocas de fralda dos pequenos, mantendo o hábito de lavar bem as mãos e objetos tocados; higienizar brinquedos e superfícies; não compartilhar copos, pratos e talheres; manter a residência limpa e arejada.
Fontes – Secom Araguaína e Secom Palmas