Quadrilha Junina Malacabados – Foto – Marcos Filho Sandes/Prefeitura de Araguaína

Tratando de um assunto que faz parte da luta feminina dentro da sociedade e até hoje gera discussões, a junina Malacabados de Araguaína coloca em pauta a discussão sobre presença da mulher em profissões tradicionalmente masculinas. “A Peleja de Luzia nas Veredas do Sertão” é o tema escolhido pelo grupo para participar das apresentações da 23ª edição do São João do Cerrado.

O enredo conta a história de Luzia, uma mulher viúva que se viu obrigada a lidar com a vida sertaneja após perder o marido e acaba se apaixonando pelo trabalho como vaqueira. A história se passa no sertão de Pernambuco e mistura os passos tradicionais da festa junina com o desenrolar da trama em que a personagem principal enfrenta o machismo dos colegas de profissão e do próprio patrão.

“Nós queríamos trazer a profissão do vaqueiro, que é considerada a mais antiga do Brasil, com um tema que é ainda muito atual, a luta da mulher no mercado de trabalho. Apesar de ser uma história fictícia, representa a realidade de muitas mulheres brasileiras e nós queremos mostrar que elas têm a força e a capacidade para fazer o que quiserem”, explica o produtor cultural da junina Malacabados, Gustavo André Martins.

Protagonismo feminino
Para contar essa história, o marcador e os personagens representam uma trupe de teatro que chega nos arraiais para narrar a história de Luzia. Quem interpreta a personagem principal é a quadrilheira Larissa Dantas, que diz estar empolgada com o papel.

“Abordar esse tema é importantíssimo, o preconceito com a mulher em determinadas profissões ainda é muito visível. Mulheres podem, sim, estar em altos cargos, exercer papeis de liderança e ocupar funções tradicionalmente masculinas, e nós queremos mostrar isso de uma forma bem animada, no clima junino”, conta Larissa.

A quadrilha que acompanha essa história vem vestida de vaqueiros e suas damas, utilizando em seu figurino cores, peças de roupa e acessórios que remetem a profissão do vaqueiro. A 23ª edição do festival São João do Cerrado será nos dias 24 e 25 de junho com a apresentação de três juninas tradicionais da cidade.

História nos festivais
Em 2015, a junina foi campeã do Festival São João do Cerrado pela primeira vez. no mesmo ano, também levou o título de campeã do 28º Cidades Frente a Frente em Conceição do Araguaia, no Pará. Em 2016, foi bicampeã do São João do Cerrado, bicampeã do 29º Cidades Frente a Frente em Conceição do Araguaia e campeã pela primeira vez nas cidades de Ourilândia do Norte e Redenção do Pará.

Em 2018, conquistou pela terceira vez o primeiro lugar do festival de Araguaína, foi também vice-campeã do 31º Cidades Frente a Frente em Conceição do Araguaia e vice-campeã na cidade de Redenção. Em 2019 foi mais uma vez vice-campeã do 32º Cidades Frente a Frente em Conceição do Araguaia e em 2022, vice-campeões estaduais, representando o Estado do Tocantins no XIII Arraiá Brasil, em Brasília (DF).

São João do Cerrado
A festa será no Parque Cimba e além da apresentação das juninas o evento também vai contar com shows de artistas regionais, como Flaguim Moral, Tadin de Nóis e Joan Alessandro. O evento contará com arquibancadas, praça de alimentação, banheiros químicos e seguranças. Será permitida a entrada com bebidas, desde que não estejam acondicionadas em embalagens de vidro.

A quadrilha vem vestida de vaqueiros e suas damas, utilizando em seu figurino cores, peças de roupa e acessórios que remetem a profissão do vaqueiro. A junina se apresenta no domingo, 25 de junho – Foto – Marcos Filho Sandes/Prefeitura de Araguaína

Fonte – Secom Araguaína